domingo, 30 de setembro de 2007

We are more than dust

Tem pequenas coisas que acontecem na nossa vida que realmente fazem a diferença. Já pensaram nisso? É aquela música que você ouve no momento certo, aquele amigo que te dá o melhor abraço do mundo, aquele pedaço de doce que tira seus pés do chão...
Teve um dia que eu estava indo pro pré-vestibular. Para mim era o momento mais triste do dia: ter que acordar da minha querida e reconfortante cama para ir pro frio daquela sala. E não era só frio de temperatura... era a impessoalidade dos professores, era a superficialidade dos amigos, era a pressão constante para elevar o nome da escola. Tudo era frio. O que me confortava era a presença de alguns pássaros lindos e divertidos que ficavam sobrevoando o pátio, que pareciam estar ali para mim. Como se Deus os mandassem para dizer: ‘Ei, calma, isso daqui a pouco acabará e valerá a pena todo sacrifício.’ Dito e feito. Enfim, durante esse momento de martírio, durante essa ação de ir pra aula, tocou uma música dentro do carro, da década de 70 (ou pelo menos parecia ser dessa época). E ela dizia assim: ‘Don’t you worry about a thing..don’t you worry about a thing’. Isso elevou meu dia. Foi uma coisa de 3 segundos e faz mais ou menos um ano desde aquele dia. Inesquecível. Tem momentos que parecem tão insignificantes quando contados, mas que na realidade, tocam profundamente a vida de quem o presenciou.
Aí tem aquela amiga que sempre quando te encontra abre o maior sorriso do mundo, te abraça, te beija, te faz bem, brinca e se diverte...esses momentos são os melhores. É quando você sabe que é bem-vinda e que pode falar qualquer besteira, rir sem medo de ser feliz e demonstrar sentimentos sem medo ou constrangimento. Quando você encontra um lugar assim, não tem como mais querer largar. E a Deus agradeço meus amigos que me fazem bem. Sejam eles aqueles de domingo ou do dia-a-dia.
Têm também aqueles momentos um pouco insanos. Quando você sabe que está se arriscando, mas que sabe que é o momento certo de extrapolar. Seja naquela música que você precisa dançar (mesmo sendo a pessoa mais desajeitada ou insegura do universo) ou aquele segredo que falado calará (excuse me tribalistas). Nunca vou me esquecer do dia em que eu dancei sem vergonha dos olhos dos outros. Porque eu sabia que estava dançando pra pessoa certa e no momento certo. E me divertindo muito muito muito, junto com meus amigos. Nossa, é divertido só de lembrar. E nunca vou esquecer de quando eu abri uma parte da minha intimidade para quem merecia saber mais de mim. Porque é ótimo saber que existem pessoas que aceitam as diferenças, e que por incrível que possa parecer aos seus olhos, possam te respeitar mais ainda por alguns de seus atos insanos.
São esses pequenos momentos que enriquecem a nossa vida. Não vamos desperdiçá-los como se somente grandes eventos acrescentassem à nossa vida (como passar no vestibular, começar a namorar, ganhar a Copa do Mundo ou algo desse tipo), porque a vida é curta demais para ter esses pequenos momentos esquecidos.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Essa é minha ^^

Naquele dia chato de chuva, lá estava ela. Parada em meio ao verde estonteante da Universidade, de olhos fechados, no meio do caminho, como se não existisse. E com ela, a chuva, quase tempestade. Não se importava com os barulhos em volta, o som dos passos apressados dos retardatários ou a conversa alegre de um fim de dia. Mesmo rodiada por meia multidão, estava ela ali sozinha com ela mesmo. Naquele momento frio, pensou um pouco sobre a vida e todas as questões que infestavam sua cabeça. Deus, homens, mulheres, acontecimentos, fim do mundo, injustiça. Passeando por reflexões profundas e outras superficiais, pensou sobre aquele beijo do dia de ontem que não significou nada pra ela e que não passava de mais um arrependimento de sua vida. Até que pensou nele. É, nele...aquele que há tempos tinha roubado seu coração e agora despedaçado não pertencia a mais ninguém. Enquanto pensava em seu passado, levantou sua face em direção ao céu e deixou que a chuva molhasse devagar todo seu rosto e corpo, sem pressa. Sentiu cada gota de chuva que consumia a cor de suas vestes e desmanchava o frescor de seu cabelo. Pensou que ele poderia ser a chuva, que a envolvesse completamente e tocasse seus lábios com tanta leveza e determinação. Até que caiu em si, e olhou em volta. Sentiu vergonha de seus sentimentos tão expostos a ninguém. Suas bochechas coraram, respirou fundo e andou rumo a nada. Pediu a Deus, em pensamento, mais momentos como aquele. Mas implorou para que Ele fosse mais generoso e num próximo momento, acrescentasse ao espaço de tempo aquele ladrão de corações.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Depois de uma autorização, mais uma crônica..

Ela, essa minha amiga, era a menina mais feliz que já conheci. Nunca pensei que qualquer fato que acontecesse pudesse fazê-la sorrir mais. É... Eu estava bem enganada.
Dentre nossas monótonas, mas às vezes excitantes, aulas da universidade, tínhamos aquele hábito de ir àquele recinto pequeno, mas bem simpático: a cantina. Nossa universidade tinha várias, mas essa era a mais perto de nossa sala, e não nos importávamos de comer a vontade aqueles pães de queijo do dia de ontem e os maravilhosos sucos de fruta. Mas é fato que aquela cantina tinha um atrativo a mais! Os atendentes, universitários como nós, eram muito simpáticos e sorridentes. Um prato cheio para nossos olhos, que se cansavam de ver gente estressada e carrancuda em sala de aula (incluindo os professores) e toda aquela gente mal-amada correndo para lá e pra cá sem fé na vida. Lá, naquela cantina, estavam eles, totalmente felizes, mesmo com tantos pedidos simultâneos gritados pelos impessoais e esfomeados estudantes. A gente nunca tinha entendido de onde vinha aquela alegria contagiante. Toda vez saímos de lá com uma nova força para encarar a aula... Seria por causa da fome saciada ou pela injeção de energia dada pelos atendentes? É um mistério. Mas voto na segunda opção.
Engraçado, dentre os atendentes, um se destacava mais! Era moreno, tinha um estilo despojado próprio, sempre sorrindo, nunca parecia se cansar de entregar os pedidos...corria pra lá e pra cá com uma disposição de dar inveja a qualquer sedentário. E foi ele. Ele que chamou atenção dessa minha amiga. Todas de nosso grupo concordávamos que ele era, de fato, uma gracinha. Mas ela não queria só isso! Queria conhecê-lo melhor, ver ele sem que um balcão os separasse. Não foi muito difícil que ela chamasse também a atenção dele. Ela era...esvoaçante! Cabelos cacheados sempre bem-cuidados, óculos de grau charmosamente encaixados em seu rosto, traços delicados e um sorriso maior que o mundo. Aos poucos ela foi se aproximando dele, com o apoio de todos, mas eu especialmente torcia por ela. Via nela muito potencial! Aquela inquietação toda, que saltava-lhe aos olhos, já fazia parte da rotina dela, e até de sua história de relacionamentos. A não-conformação com os acontecimentos do mundo, a inquietação no seu sentido bom, se encaixava perfeitamente em seu estilo de vida. Mas não me parecia bem que a inquietação também se impregnasse em sua vida particular. A paixão em si, longa e duradoura, ou pelo menos a firmeza de se gostar por muito tempo de alguém, combinava mais com ela. Essa afirmação não é uma opinião vinda de mim ou um devaneio que eu goste de pensar e ter em mente. Pra mim, é a realidade. Na verdade, se eu tivesse um poder controlador (ou algum poder especial, me contento com isso) sairia infiltrando paixão e consciência em todos, com uma pitada de racionalidade e um bocado de tranqüilidade. Era isso que eu queria fazer com essa minha amiga. Não demorou muito desde que eu a conheci para que isso acontecesse, mesmo sem eu ter nenhum poder sobre a vida dela. Bom, ela não sabe o quanto isso me trouxe tranqüilidade. Odeio ver vidas desperdiçadas com relações superficiais e desejos controláveis não-controlados. Mas essa opinião eu deixo pra outro dia.
A boa-nova é que eles, o atendente e minha amiga, se conheceram de verdade. Parecia óbvio que os dois combinavam, mas ninguém tinha certeza de verdade. Para nosso contentamento, isso foi confirmado por ela. E acho que por ele também. Ele não tinha medo de mostrar sua admiração por ela e ela fazia o mesmo com ele, mesmo que de um jeito meio descontrolado e abobalhado. Ele não ligava, adorava tê-la em seu lado, era como se os dois tivessem realmente (desculpe-me o ridículo clichê) nascidos um para o outro. Ir à cantina ou não passou a depender do humor de nossa amiga. Quando eles estavam bem um com o outro, lá íamos nós, o bando, ser feliz alimentando nossa preguiça. Quando acontecia um pouco de babaquice emocional ou falaçãozite (Bridget Jones, pode me processar pelo uso sem permissão de seu vocabulário!), lá íamos nós, fiéis escudeiras, à cantina do outro lado do mundo, não menos gostosa que a primeira (mas desfalcada de atendentes sorridentes). Foi assim que a gente acompanhou o relacionamento dos dois, entre um intervalo e outro, entre idas à cantina e aulas cabuladas. Dividindo o tempo de assunto entre nossos próprios relacionamento e a vida de nossa amiga, íamos formando aquela torcida organizada para que os dois dessem sempre certo.
Queria eu dizer que no final o relacionamento deles ficou muito bem mesmo, alegrando toda a torcida e ganhando força cada vez maior, sendo sustentado pelos fortes sentimentos recíprocos. Sendo assim, o relacionamento dos dois só ia terminar num horizonte muito distante, quase invisível. Mas não foi isso que aconteceu.
Eu poderia escrever aqui que, agora no futuro, a inquietação da minha amiga atrapalhou um pouco, porque ter um coração indomável era seu destino eterno. E entre um e outro relacionamento fracassado ela lembrava com saudade do menino da cantina. Aquele que, pelo menos por um momento, tirou-lhe horas de sono e estudo em troca de sorrisos e afagos. Mas também não foi isso que aconteceu.
Essa crônica acaba por aqui, e o destino do relacionamento dela eu coloco nas mãos dessa minha amiga, nada mais que minha personagem, na esperança de que mesmo ela sendo apenas uma mera personagem, ela saiba usar todo seu potencial com responsabilidade e paixão pelas pessoas de sua vida.
Eu, como uma coadjuvante escritora, torço para que no fim, eu ainda veja muitos sorrisos na vida dela, não importando se a razão deste seja o menino da cantina, o menino da praia, o menino da biologia ou qualquer outra coisa que a faça sorrir mais que o normal. [baseada em fatos reais. =X]

domingo, 23 de setembro de 2007

Um post com cara de blog mesmo

Ontem vi um filme que me fez refletir.. Aquele chamado 'Eu os declaro marido e...Larry!'. Pensei que seria somente um filme de besteirol, mas acabei de deparando com uma grande mensagem pró-homossexuais. Achei legal isso, alertar as pessoas sobre o constante preconceito que praticamos. Podem falar mal da igreja, mas a sociedade toda está inserida nesse contexto. Poucos estariam dispostos a ser amigo de alguém com opção sexual diferente. A vilã sempre é a igreja né e ninguém liga para o preconceito que os próprios cristãos praticantes sofrem, mas não vim falar disso hoje. O negócio é que o mundo todo traz junto consigo uma história de exclusão, os ateus, os católicos, os evangélicos, aqueles que não sabem o que são, todos!
Fiquei assustada com o 'tapa' que eles deram na cara da igreja, cuja posição atual é de, realmente, preconceito. Não é culpa da 'igreja', a culpa é nossa! Cristãos! Não tem coisa mais infeliz do que ver gente falando que tem nojo, que evita, que não quer nem saber...Pô, ninguém consegue ver o lado deles? Será que é tão difícil se colocar no lugar deles com tudo o que eles sofrem?
Quanta polêmica né...o que é natural do ser humano, o que não é? O que Deus acha disso tudo? Bom, uma coisa eu sei. Há a liberdade. Há o livre-arbítrio. Se a gente não conseguir conviver com pessoas diferentes, de opiniões diferentes, isso só diz uma coisa sobre nosso caráter: falta-nos amor. Por que é tão difícil amar quem tem diferente ponto de vista comparado com o nosso? Parece que taparam-nos os olhos e agora vivemos enfurnados na nossa própria razão mal-formada.
Se você se diz cristão, ou seja, seguidor de Cristo, imitador de Cristo, trata de se esforçar mais pra ser como Ele. Porque tenho certeza que Ele não atiraria a primeira pedra. Ele simplesmente amaria e o que vem depois disso é conseqüência, como aconteceu com a mulher adúltera ou todos os marginalizados da época.
O verdadeiro cristianismo não é excluidor, não é preconceituoso.
Leia muito, converse muito com Ele e viva, sem concordar com tudo, mas tendo em mente a pergunta 'O que Jesus faria?'.
No resto, vamos com Deus e sejamos felizes.