sábado, 8 de maio de 2010

The end



Poderia ter sido uma briga sensacional, dessas de novela, cheia de insultos e xingamentos e raiva. Poderia ter sido caloroso, cinematográfico, explosivo, impulsivo. Mas foi mais uma dessas cenas de filme de drama, onde dois personagens francos decidem se separar. O amor existe, está ali. Mas não existe futuro. Então os dois iniciam uma conversa a partir da pergunta "Estamos bem?" e refletem juntos, concordando, conversando no mesmo tom (se um tom saiu diferente, era a tremedeira da voz dela sinalizando a chegada das lágrimas).

Havia semanas que ela tinha percebido a proximidade do fim. A frieza constante, a falta de alegria em ouvir a voz um do outro ao telefone, a impossibilidade de planos juntos, a individualidade sobressaltante, a perspectiva de vida diferente. Foram pequenos fatores que se acumularam e escreveram em sua mente que deveria terminar. Não há nada a fazer, não há nada a mudar, o único passo a ser dado agora é se conformarem que não dariam certo juntos. Cada um retoma seu caminho, confiantes de que o que não tem fim sempre acaba assim (desculpa parafrasear Engenheiros).

Pra mim foi um ano sensacional. Se eu te ensinei a fazer poesia, você me ensinou a valorizar a vida e os momentos. Se te inspirei a escrever, você me inspirou a correr atrás do que quero. Se conquistei coisas importantes durante este ano foi porque você me fez sentir mais confiante e capaz. É por isso que serei eternamente grata e te estimarei sempre.

Você encontrará outra musa inspiradora e eu encontrarei outro companheiro de filmes. E mesmo quando estivermos com eles, desprendidos de nós mesmos, teremos ótimas lembranças do nosso primeiro namoro, primeiros beijos e primeiras experiências. Você foi uma ótima companhia, mesmo nos meus piores momentos. E se antes eu não tinha me arriscado por ninguém, você foi a exceção (e valeu a pena). O que a gente construiu está guardado e continuará aqui.

Seja feliz. Quando for cantar uma música, cante para a pessoa que você ama. Se desprenda da rotina, se agarre ao que você gosta, seus hobbies, suas capacidades. Não desperdice o que você é por obrigações acadêmicas (se for um excelente profissional, ter tido tempo para essas coisas contará como efeito positivo). Você sabe que será muito mais do que estará escrito no seu diploma. Será poeta, artista, cineasta, filósofo e cantor. E terá sorte a pessoa que conseguir te conquistar por inteiro.

A vida continua cheia de promessas arrebatadoras. Novos horizontes..se não for isso, o que será?

2 comentários:

Sueli Maia (Mai) disse...

Há coisas que são definitivas. Há sintomas porém, que não indicam que o paciente é terminal.
No teu texto (ou contexto) o que mais me prendeu foi que as suas palavras traduziram a temperatura de um fim.
O grande milagre da palavra é que podemos reinventar os finais.

beijos, Flá.

Que bom que está de volta.

Ana EmíliaYamashita disse...

Me emocionei. Lindo demais.
Voltarei mais vezes.
Beijos