quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

2009!

Feliz ano novo aos meus amigos blogueiros!
Hoje não escreverei nenhuma grande reflexão, nem me prolongarei aqui.
Só digo uma coisinha: tenho sentido que 2009 será muito bom! Como muitas vezes nós que somos responsáveis por um ótimo ano ou não, acho que a palavra do reveillon é positividade. Encarar as coisas com bom ânimo e gratidão. Então vamos que vamos!

Beijos :*
Flá.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Christ mas

Normalmente não deixo uma data tão importante passar, então vamos lá...
O verdadeiro sentido do Natal todos sabem, acho que não preciso ressaltar aqui. Beleza, Cristo nasceu. Mas o que isso realmente significa?? Deus não podia ter ficado para sempre lá em cima, sem virar carne, sem se tornar humano? Qual a importância de Deus ter mandado seu próprio filho (se mandado!) para perambular pela Terra?
Eu estava lendo CS Lewis agorinha, e tem um trechinho que ele diz algo mais ou menos assim: para você entender o que significou para Deus abrir mão de sua glória para se tornar apenas um humano, pense em como seria para você próprio virar um caracol ou uma lesma. Foi esse tipo de "rebaixamento" que Deus sofreu. Por amor a você e a mim! E ele não veio como rei, ou como um nobre, ou como alguém com toda sorte de riqueza. Ele veio como filho de pessoas pobres, nasceu junto aos animais, teve como ofício a carpintaria, foi traído por um amigo íntimo e morreu da forma mais indigna da época. Mesmo assim, sofrendo todo tipo de tentação, ele resistiu a todas elas, como exemplo da vida que nós mesmos devemos levar. E, dessa forma, não podemos nem nos queixar de que Deus não sabe o que é sofrer como nós sofremos! Na realidade, não só ele sabe, como ele foi muito além do nosso sofrimento.
A partir de Jesus, nós temos acesso livre a Deus. No Antigo Testamento, haviam várias "cerimônias" para se falar com Deus pessoalmente, vários rituais, sacrifícios e poucos tinham esse privilégio. Com a morte e a ressurreição de Cristo, essas coisas foram quebradas! E como subestimamos isso! Porque nossas orações são medíocres, interesseiras e não é raro dormirmos no meio delas. Ou não prestarmos atenção quando outra pessoa ora em alta voz em nosso lugar.
Além disso, está na Bíblia que, se buscarmos a Deus de todo coração e de toda alma, nós iremos achá-Lo. É buscar de verdade, e não testar sua existência ou pedir provas a Ele de que Ele existe. As provas estão por todo lado, é só saber procurar. "(...)buscarás ao SENHOR teu Deus, e o acharás, quando o buscares de todo o teu coração e de toda a tua alma". Quer privilégio maior do que esse?
Nesse Natal, eu torço mesmo é para que todos achem esse menino que nasceu. Que possam convidá-lo a andar sempre de perto com suas famílias, que O conheçam não só de ouvir falar, mas sim de se relacionar, amar, viver junto!
Um grande abraço e um ótimo Natal para vocês! :)

sábado, 13 de dezembro de 2008

Deslizes.

Hoje fiquei pensando em como é fácil nós, seres humanos, fazermos besteiras. Mas - pense bem - das milhares de horas que temos de vida não dá para acertar sempre. É uma questão de matemática e probabilidade. Então penduramos um quadro torto, batemos com o carro na garagem, acenamos para a pessoa errada na rua e nos apaixonamos pelo maior banana da escola. E assim vamos levando a vida, de erro em erro e acerto em acerto.
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Alguns erros estragam a matéria. Uma batida por desatenção, um esbarrão na mesa da cozinha, um aperto na tecla errada do Microondas¹, uma medida errada de força. Esses erros às vezes tem reparo, às vezes não. Mas na maior parte dos casos, consertamos: investimos tempo, esforço e dinheiro. Quando não podemos fazer isso, substituimos os irreparáveis.
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Mas alguns erros nos ferem e ferem as pessoas ao nosso redor. Magoamos quem amamos e não temos coragem de pedir perdão. Aí a ferida se alarga ao longo do tempo, os diálogos ficam maciços e a relação se arrasta sem novidade alguma. Passam-se anos e continua a mesma coisa. Covardia de ambas partes. Esse tipo de erro também tem conserto. Um reparo doloroso, que precisa ser impulsionado por algo maior que nós mesmos, que nos encoraje a uma atitude concreta para mudar tudo e recomeçar. Alguém tem que tomar a iniciativa. A outra parte deve ser humilde para reconhecer a situação degradante e ser sábio o suficiente para não estragar tudo de novo. Estar sempre pronto para uma reconstrução...ser quebrado e moldado novamente.
O primeiro passo mais importante de tudo é reconhecermos o erro. O segundo, tentar consertá-lo. Não importa se foi um erro que estrague a matéria ou estrague uma relação. Seja como for, tome uma atitude.
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1: Caso verídico - minha mãe, vendo filme, colocou a pipoca no microondas. Sem seus estimáveis óculos, apertou a tecla de 'Arroz' (aproximad. 11 min) ao invés de 'Pipoca' (aproximad. 3 min). Nem preciso falar do resultado, né? Só sei que ri disso a semana toda.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Uma voltinha

Não poderia vestir melhor o momento com outro texto a não ser este!
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Os assuntos e as horas andaram em falta comigo, e nem o Fluminense nem os óculos de sol recém-comprados nem as palavras sábias de Clarice, as dores de cabeça em excesso ou o riso deixado para depois nem a decepção imensa de outro dia nem o livro do título bonito - "Eu Receberia as Piores Notícias dos seus Lábios Lindos" - ajudaram a tirar as teias de aranha deste barraco mais desatualizado que a Barsa de 1978. Oficialmente passei a fazer parte do time dos Cronistas sem Assunto, portadora da Chaga da Obviedade, e não havia nariz em pé ou salto alto de jogador-estrela, reencontro, técnico filho da puta ou política dos insensatos que tornasse as coisas diferentes naquele (este) período de absoluta falta de criatividade e vontade.
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Mas o mundo tem mesmo uma lógica curiosa, porque você passa meses ou anos vendo alguém todos os dias, ou porque estuda junto ou porque trabalha junto ou porque vive junto ou porque ama tanto que não sabe viver sem ou porque não tem outra opção, e um dia não vê mais, não encontra mais, não ama mais, não vai à festa de despedida, ao casamento ou ao aniversário de 30 anos, e pronto, acabou-se: vão-se todos para o baú das memórias intocadas, e outros chegam, enconram, amam, vivem, trabalham, decepcionam ou consertam. Vão-se todos, inclusive os blogs, e um dia voltam, porque ir é muito bom; poder voltar é melhor ainda.
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Renúncia


Às vezes, o mais certo é abrir mão das coisas erradas.

Rama das minhas árvores altas,
deixa ir a flor! que o tempo, ao desprendê-la,
roda-a no molde de noites e de albas
onde gira e suspira cada estrela.

Deixa ir a flor! deixa-a ser asa, espaço,
ritmo, desenho, música absoluta
,
dando e recuperando o corpo esparso
que, indo e vindo, se observa, e ordena, e escuta.

Falo-te, por saber o que é perder-se.
Conheço o coração da primavera.
e o dom secreto do seu sangue verde,
que num breve perfume existe e espera.

Verti para infinitos desamparos
tudo que tive no meu pensamento.
Era a flor dos instantes amargos.
Por onde anda? No abismo. Dada ao vento...


Da Cecília Meireles. Ao acaso peguei "Viagem e Vaga Música" dela na Biblioteca da UFES..tem feito muito bem aos meus dias, recomendo!

Falando em dias, só quarta-feira (10/12) estarei de férias de verdade. Enquanto isso, pouco tempo para tudo, inclusive para blog/fotolog/orkut. Meu sincero pedido de desculpa pela minha ausência, tantos nos comentários quanto nos meus próprios posts.
Um abraço,
Flá.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Les Deux Moulins*

*O título se refere ao nome do café onde Amélie Poulain trabalha.


Numa sexta-feira fresca, a menina das melodias chega à UFES. Mais cedo que o normal para regar e fazer medições em alguns pés de acerola, cumpriu deveres de uma de suas disciplinas. Depois de andar um bocado por causa disso, chegou cansada para beber água. Viu então um cartaz perto do bebedouro: um convite a uma viagem que tinha feito anos atrás, com entrada franca. Uma viagem para reconhecer Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain. Saiu em busca de companhias que estivessem dispostas a trocar o almoço por esse outro alimento mais divertido, mas ninguém se dispôs. Estavam mergulhados nos próprios problemas acadêmicos e no ruído de seus estômagos. Mas ela estava decidida: nem que fosse sozinha, iria ao cinema sim. Ela sabia, mais do que ninguém, que cinema era uma de suas artes favoritas; de graça, no Metrópolis e com tempo livre - imperdível.

Chegou atrasada uns 7 minutos. A sala já estava escura. Sentou e o filme começou simultaneamente. Mochila no colo e pensamentos ainda agitados, foi se deixando levar por cada cena, digerindo-as. Riu bastante. Riu das gargalhadas engraçadas que ecoavam na sala de cinema, riu de satisfação das cenas que voltavam atrasadas à sua mente e riu do humor delicado do filme. Sentiu-se muito bem por estar ali, entre uma aula e outra. Deu aquela sensação de que o universo conspirava para que ela estivesse ali: uma recomendação do filme francês semanas antes, o cartaz no bebedouro, uma aula cancelada, uma incomum falta de fome, a vontade irreversível de ir ao Metrópolis, uma cadeira vazia no canto direito do cinema. Em outras palavras, a falta de companhia, a vontade do dia, o cinema oportuno, um filme francês. Não podia estar mais satisfeita por ser testemunha de uma história de amor cheia de fantasia, muito criativa e cheia de cor. Depois de uns 120 minutos de entretenimento, acabou a sessão. Palmas para o filme de almoço e para a organização. Muitas pessoas começaram a se levantar com um sorriso no rosto, enquanto a luz voltava preguiçosa ao ambiente. Ela observava tudo, lamentando voltar à realidade. Quando as luzes finalmente encheram a sala, recebeu uma surpresa. Se descontrolou ao ver quem se sentava à sua frente: a garota do casaco verde, que vestia uma romântica blusa azul e branca e sorria para uma outra pessoa.

Para não interromper o fluxo de cinéfilos saindo da sala por sua fileira, resolveu levantar e praticamente foi levada pela multidão até a porta. Há muito tempo que ela esperava um momento de encontro parecido com esse, e agora que o tinha em suas mãos, não era normal desperdiçá-lo. Quando finalmente resolveu dar um "oi", a garota do casaco verde atendeu o celular. Um obstáculo para uma pessoa tímida dos pés a cabeça, como a menina das melodias. Esperou um pouco para ver se espontaneamente a garota do casaco verde se levantava e se esbarrava com ela acidentalmente. Mas nada disso aconteceu. Acometida pela covardia da sra. Poulain, decide ir embora de vez. Ainda gastou um tempo na cantina, fingindo estar interessada por alguns daqueles doces, e o movimento de pessoas começava a lhe incomodar. Correu seus olhos pela multidão, procurando-a. Um sorriso discreto ficou perdido no ar, porque a garota do casaco verde, que de pé se portava na entrada do cinema, não viu essa manifestação. Estava distraída conversando com amigos. Foi então que a menina das melodias pensou em esperar mais um pouco, mas logo desistiu da idéia. Se não a encontrasse, seria mais fácil escrever para ela. Talvez isso representasse que ela mesma, como Amélie, gostava de estratagemas, de bilhetes e de mensagens. Ou, como a personagem principal do filme, isso era só mais um jeito de se manter distante, como um mistério, um fantasma. Desse jeito não haveria decepção e ela continuaria sendo somente a menina das crônicas. Ela sabia que lidava melhor com as palavras do que com as pessoas (ou então isso era só mais uma das mentiras que contava para si mesma).

Finalmente foi andando devagar até seu próximo destino, repetindo para si mesma a sua frase preferida do filme, até que tivesse seu bloco de notas em mãos: São tempos difíceis para os sonhadores. Ela sentia na pele o que isso significava. O dia estava mais bonito que o normal e a série de fatos que aconteceram no dia a fizeram sentar na escada mais próxima, que tinha uma vista privilegiada para o jardim. Um casal namorava ali perto. Um menino de óculos preocupado se sentava no corredor. Ambiente perfeito. Lapiseira, bloquinho, a vontade de fantasiar a vida como a própria protagonista do filme; e ali, às 14h30min nasceu uma crônica. E, no mesmo momento, a realidade se perdeu em um simples papel.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Rosa desfolhada


Uma noite de lua cheia contemplava meu rosto pela janela. Era fim de semana e pacientemente eu me arrumava para sair. Ele me buscaria aqui na portaria do meu prédio. Enquanto enxugava meus cabelos pensei em nós dois. Éramos o que as pessoas definiriam como combinação perfeita, mas eu achava somente que éramos parecidos, nada de tão extraordinário. Foi com esse sentimento que desci para encontrá-lo e o cumprimentei com um beijo um pouco seco. Acho que não estava com um humor tão bom assim; desânimo é a palavra certa. Mesmo assim ele me olhou como se eu fosse a pessoa mais fantástica do planeta, o que me fez corar. Não consegui retribuir aquele olhar, e não retribuiria. Fomos passeando de mãos dadas até chegar na festa, um pouco depois do horário combinado. Meu coração estava um pouco descompassado e me aborrecia saber o porquê. Ele estaria lá. O outro ele.


Cheguei até confiante, cumprimentando a todos, tentava esconder minha insatisfação. Abracei a aniversariante, cujo vestido dançava pelo salão, desejando-lhe as coisas boas da vida. Olhei rápido ao redor e não o vi. Respirei aliviada e dei um sorriso para aquele que segurava minha mão. Escorregamos para a varanda e nos debruçamos ali, sentindo a brisa que soprava gentilmente. Estava desconcentrada e distraída, acho até que ele percebeu, mas não quis falar nada. Ele, que me conhecia quase por completo, sabia que se insistisse em alguma coisa só pioraria a situação. O que fez foi perguntar se estava tudo bem. Respondi breve que sim e pensei contraditoriamente na sorte que tinha de tê-lo ali do lado. Quando estava me convencendo do quão feliz eu era, o outro ele chegou. Com o sorriso mais perfeito de todo o mundo no rosto, e tentadoramente sozinho. De jeans preto e blusa pólo azul escuro. Será que ele tinha consciência do quão bem essa roupa lhe cabia? Senti vergonha de olhá-lo tão profundamente, tentando disfarçar todo aquele rebuliço de sentimentos que tomava conta de mim. Inevitável. Em dois minutos a brisa já não estava mais tão fresca e tudo me incomodava. A mão na minha mão me incomodava. A falta dos beijos surpresas e apaixonados me incomodava. A música repetitiva de fundo misturada com o barulho das pessoas conversando alto me doía a cabeça. O cheiro de salgadinhos fritos me embrulhava o estômago e minha sandália estava me matando. Queria correr dali. Estava descontrolada, confusa.


Algumas pessoas dizem que nunca estamos realmente satisfeitos com o que temos, e naquele momento, eu começava a acreditar nisso, quase carregando essas palavras como meu lema. A realidade é que eu não estava satisfeita com meu namoro e aquela camisa pólo azul tinha acabado de sair de um curto relacionamento. Eu juro que podia sentir seu perfume de longe, aquele cheiro de florestas primaveris. Estava enlouquecendo. Levei minha mão ao peito só para jogar meu coração para ele, que sentado à mesa não parava de me olhar. Isso não pode acontecer, disse a mim mesma, digna da moralidade de Jane Austen. Se contenha, carnalidade. Se contenha. Quase repetia isso como um mantra, na tentativa de recuperar minha sanidade. Prometi a mim mesma: Amanhã encerrarei os beijos sem sentimento e as mãos não retribuídas. Não me acomodarei numa ilusão, não é certo continuar enganando a pessoa que está ao meu lado, até porque não sei mentir bem e é uma questão de tempo ele descobrir que não é por seus abraços que suspiro. Tenho vivido por outro, meu Deus. Me entregado sem seu consentimento e chorado pelas minhas atitudes contraditórias. Chega disso. Amanhã será o dia que em que tudo isso acabará e eu paro de trair a mim mesma.


Igualzinho falei na semana passada.

sábado, 25 de outubro de 2008

Trio.


Já que Vinicius de Moraes me faz sorrir a cada palavra pronunciada e Toquinho ganha meu coração a cada acorde e sorriso, preciso despejar uns trechos de músicas do cd "Toquinho e Vinicius - O Poeta e o Violão" de 1975, gravado num estúdio em Milão. Não se limitem a ler isso, mas procurem e baixem o cd, blz? Porque as palavras de Vinicius adicionadas ao violão de Toquinho encantam qualquer um. É muito bom, tem alegrado meus dias.


Primeiro trecho é de Januária, uma música de 1min33s...mesmo não sendo um nome muito bonito, ao ouvir a música da vontade de se chamar assim, só pelo modo como ele a descreve:

Todo mundo homenageia
Januária na janela
Até o mar faz maré cheia
Pra chegar mais perto dela
O pessoal desce na areia
E batuca por aquela
Que, malvada, se penteia
E não escuta quem apela

Quem madruga sempre encontra
Januária na janela
Mesmo o sol quando desponta
Logo aponta os lados dela

Ela faz que não dá conta
De sua graça tão singela
O pessoal se desaponta
Vai pro mar levanta vela


Agora, a música O Velho e A Flor:

Por céus e mares eu andei
Vi um poeta e vi um rei
Na esperança de saber o que é o amor

Ninguém sabia me dizer
E eu já queria até morrer
Quando um velhinho com uma flor assim falou:

O amor é um carinho
É o espinho que não se vê em cada flor
É a vida quando, chega sangrando
Aberta, em pétalas de amor

De Berimbau/Consolação, esse trecho é mais conhecido:
Eu amei, amei demais
E o que eu sofri por causa de amor
Ninguém sofreu

Eu chorei, perdi a paz
Mas o que eu sei
É que ninguém nunca teve mais
Mais do que eu





Adeus, adeus e boa viagem.
Flá.

domingo, 12 de outubro de 2008

Nosso dia.

Hoje, dia das Crianças, e dia de NS Aparecida e dia da minha mãe Aparecida e dia da leitura e dia de mais um monte de coisa, merece um post especial, incentivado pela Juh (do blog Coisas da Juh)!

Aí em cima, eu nos meus não sei quantos anos, feliz da vida no quintal da casa da minha avó em Jacaraípe, já aprendendo a amar cada planta e animal que vovô tinha. Sem saber, eles me preparavam para ser uma bióloga.


De uns 6 anos para cá, tenho negligenciado o dia das Crianças exatamente para valorizar o aniversário da minha mãe, que é muito mais importante que minha criancice interna. Então também vale uma foto da minha mamãe:



Nos próximos posts espero aparecer com uma crônica ou algum texto menos pessoal, para isso aqui não virar um diário virtual... Estou esperando a inspiração dar um 'oi' de volta.

Beijos :)

domingo, 21 de setembro de 2008

Dia de São João


Só para postar alguma coisa, enquanto novos sentimentos não surgem.
Sobre sentimentos passados e desvio de atenção em sala de aula.
O que lápis de cor e foto 3x4 não fazem, certo?
(pena que a impressora quis escanear em preto-branco...)

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

De aniversário



Depois de autorizada por quem recebeu essa 'carta', mais um post.



14 de setembro de 2008, domingo.

Quinta eu cometi um pecado. Sabe quando você quebra uma promessa feita para si mesma? Pois é, quebrei a promessa de escrever pra uma amiga aniversariante de sexta-feira. Estou aqui para compensar isso.


Essa amiga é do tipo que todos querem perto, extrovertida, cheia das histórias, alegre. A menina apaixonada pelas baleias. Ultimamente ela tem andado um pouco triste, e mais triste ainda é vê-la assim.


De todos os motivos que poderiam entristecê-la, um é mais óbvio: coração quebrado. É, ele foi esmagado, partido, sei lá mais o quê. E o que eu posso fazer por ela? Adianta dizer que ela é muito mais do que ela pensa sobre si mesma? Que as suas qualidades estão muito mais evidentes que seus defeitos? Que a vida é cheia de obstáculos que nós temos de enfrentar, por mais doloroso que seja, mas eu estarei por aqui caso ela queira aliviar seus ombros?


Uma visão sóbria sobre a vida é difícil de ter. Nós, seres humanos, potencialmente poetas, acreditamos no amor eterno e ainda nos permitimos sermos iludidos por qualquer promessa de amor. Pior ainda, as pessoas se aproveitam disso e falam coisas que não podem cumprir. Não é questão de falsidade, mas é que somos estúpidos mesmo, poucos sábios. As palavras que saem da nossa boca perderam o valor já faz tempo. (Larissa, nunca deixe isso acontecer com as palavras que saem da sua boca).


A Larissa merece alguém que a faça bem. Alguém que leve ela pra ver a Lua na fase cheia. Alguém que saiba conversar sobre todos os assuntos, e que seja suficientemente verdadeiro para amá-la integralmente e verdadeiramente. Ela merece alguém que acrescente mais do que beijos e abraços à sua vida. Alguém que esteja mais disposto a servir do que ser servido. Enquanto esse alguém não chega, espero muito que ela agarre a fé dela para viver com tranqüilidade.


Não tem como eu não falar desse assunto, é isso que tenho vivido faz uns 5 anos. Deus é suficiente. Já ouviu isso? Onde isso se aplica na sua vida? Porque nós repetimos isso tantas vezes lá na igreja ou nos bons momentos, mas essa verdade se aplica agora. Quando tudo vai por água abaixo, quando parece que as forças se desmancharam e só restam lágrimas, Deus é suficiente para você. Isso significa que não importa o que aconteça, a única coisa que você precisa é dEle. E Ele está aí de braços abertos e pronto pra te oferecer o amor perfeito e cheio de graça que não encontramos aqui na Terra.


Razão de viver? Nunca a razão do nosso viver deveria ser resumida aos nossos namorados, ex-namorados, irmãos, amigos, cachorro e nem mesmo família. Por mais duro que seja, ter fé de verdade quer dizer renunciar a tudo isso para ter Deus por completo. Claro que é Ele mesmo quem nos deu todas essas pessoas para nós amarmos diariamente e para aprendermos a nos relacionar. Mas é dessa consciência, de que tudo é dEle e para Ele, que vem a certeza de que Ele é suficiente.


Se segure nisso, Larissa. Não deixa a esperança ir embora, não se contente com a superficialidade dos relacionamentos amorosos, não viva sem um propósito maior. As datas de aniversário são momentos ideais para nós refletirmos sobre a vida e o que temos feito com ela.


De todo coração, desejo que sua vida seja cada dia mais uma perseguição dos propósitos de Deus. Acredito que se você abrir os olhos, verá que Deus tem feito o melhor, à medida que você vai entregando cada área da sua vida para Ele. Se entregue totalmente, como você nunca se entregou para ninguém e você verá que não há nada melhor do que viver para amá-Lo e ser amada de volta.


É isso que te desejo de aniversário, achei que somente um ‘parabéns’ e um ‘Deus te abençoe’ não seria suficiente para você. Pode contar comigo sempre: se eu não puder te acompanhar nos rocks da vida, estarei por aqui para todo resto. Espero que seja suficiente.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

You and Mrs. Jones

*Texto iniciado dia 25/08, esquecido ontem e finalizado hoje

Ei, você. Você que me fez confundir o reflexo da luz na janela com a Lua formosa e soberana. Depois de tudo o que aconteceu conosco, percebi que o nascer do outro dia já não era tão bonito quanto do dia anterior. Já te falei que você mexeu com todos meus sentidos? Já não sei direito distinguir sabores, cheiros e paisagens. Tudo tem você, seu gosto (que é bem do jeito que eu gosto¹), seu cheiro e seu perfil.

As pessoas passam na rua e só vejo seu rosto em cada uma daquelas faces. Ainda lembro sua voz perto de mim, das noites que a gente passava em claro conversando e falando bobagem. Só para tirarmos o outro dia dormindo um ao lado do outro, mortos de cansaço. E eu morria de rir das suas piadas repetidas e do jeito que você analisava todas as frases e palavras ditas.

Agora fico eu a lembrar tudo isso, sem você do meu lado para retribuir minhas juras de amor. Eu sempre hesitava em declarar tais juras, mas com você era diferente. Eu sabia que tinha liberdade para isso, ficava à vontade com você como não fica com mais ninguém.

Eu não sei quem acabou com nossos sentimentos, só sei que não queria que tivesse acabado. Meus dias estão mais pesados sem sua presença para aliviá-los. Vou te dizer qual o seu efeito sobre mim: Hoje, por ironia do destino, tocou “Unbreak my Heart²” da Toni Braxton no rádio. Lembra que a gente ria rotulando essa música de Rainha das Músicas Bregas-Depressivas? Pois ela nunca fez tanto sentido pra mim quanto hoje. Consegui entender o sentimento que a Sra. Braxton colocou ao falar cada palavra dessa canção. Elas realmente são pesadas, dolorosas. Espero que você não precise nunca ser tocado por elas.

Vai viver, vai. Enquanto isso eu fico com você guardado no meu cantinho escondido decorado de saudade³ que a Marisa Monte tão bem canta. Quando voltar, não esquece de trazer as nossas lembranças e compensar todo tempo que você perdeu nos braços de uma pessoa que queria sua boca, mas não te queria por inteiro.

1) Vai ser difícil, vai
Encontrar um amor como o seu, ai
Como dói no meu peito
Seu gosto é bem do jeito que eu gosto
Bem do jeito, lamento
Que é só mais um lamento entre tantos já feitos
Quisera desse jeito lembrar de outros tempos
Só pra matar um pouco a saudade
Mesmo assim querendo que você não ouça
Meu grito aqui de longe
Minha dor, meu lamento
(Céu – Mais um lamento)

2) Un-do this hurt you caused
When you walked out the door
And walked outta my life
Un-cry these tears
I cried so many nights
Un-break my heart
(Trecho de Un
-break my Heart)

3) Dentro de cada pessoa
Tem um cantinho escondido
Decorado de saudade

Um lugar pro coração pousar
Um endereço que freqüente sem morar
Ali na esquina do sonho com a razão
No centro do peito, no largo da ilusão

E posso até mudar
Mas onde quer que eu vá
Mas meu cantinho há de ir
(Marisa Monte – Cantinho Escondido
)
ps.: o título se refere a música "Me and Mrs. Jones" que adoro ouvir na voz do Michael Bublé.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Nesta data querida


Dia 12 foi meu aniversário e eu não queria deixar passar essa data em branco aqui pelo blog. Preciso escrever algo a respeito. Pois então, para mim, foi uma semana de aniversário: pude ver as pessoas mais importantes para mim em dias diferentes da semana (apesar de terem faltado algumas pessoas). Foi bom demais, mais do que eu esperava. Comi mais do que devia e fui feliz, isso que importa.




Estava pensando aqui com meus botões como eu sinto falta daquele tempo em que a tia do colégio desenhava alguns balões com giz colorido no quadro-negro e um PARABÉNS grande com letra bonita, depois enfeitava a sala e todos os alunos eram praticamente obrigados a cantar "um parabéns para você" animadíssimo, com direito a um "com quem será" que me fazia ficar vermelha de raiva e outro "com quem será" para eu rir da minha irmã com raiva. No final a gente tirava foto com a blusa toda cheia de bolo e o sorriso maior que o rosto.




Aí fiquei pensando que muita coisa mudou durante esses 20 anos. Não estou dizendo em relação a minha vida (isso fica pra outro post), mas em relação ao modo como comemoro meus aniversários, ou como recebo "felicidades". Antigamente eu contava nos dedos os dias para chegar o bendito dia 12 de agosto. E não deixava ninguém esquecer: "tá chegando meu aniversário!". Convite rosa pra cá, convite escondido da amiga chata para lá. Os presentes que meus pais davam eram surpresa, assim como dos colegas e parentes. Hoje parece que os parentes me conhecem menos, então perguntam o que eu preciso. Eu respondo e ganho. Aí você pode dizer: "Ué? Está reclamando de quê? Ganhando o que precisa, está ótimo". Mas acho que era muito mais legal quando eu destruía a embalagem de presente, doida pra saber o que eles compraram para mim. De uma parte da família era um pijama ou um conjunto de toalhas bordadas lindas (que eu nunca esperava ganhar apesar de todo ano os presentes se repetirem) e eu agradecia de coração quando gostava ou fazia uma cara de insatisfação quando não era tudo o que imaginava. Tudo muito sincero. Invariavelmente, como toda criança, adorava ganhar brinquedos. E na época, eles ainda tinham um preço justo. No dia seguinte, já tinha estreiado todos eles, sem dó.




Esse ano, os melhores presentes foram os presentes-surpresa, como não podia deixar de ser. Porque eu voltei a ser uma criança, cheia de vergonha por não saber como reagir direito a esses momentos. E o mais legal é que eu sei que todos foram de coração mesmo, ninguém precisava fazer isso, porque tem gente que é tão especial pra mim que só de estar fazendo parte da minha vida já está de bom tamanho.




Fazendo aqui uma digressão, hoje recebi um abraço muito gostoso de um colega que estudou comigo no pré-vestibular...provavelmente eu até hoje não troquei mais do que umas 100 palavras com ele ao-vivo (porque orkut e msn adicionam algumas palavras, mas nem tanto), mas é muito querido pra mim. Ele deu aquele sorrisão seguido do abraço e me deu os 'parabéns' com toda sinceridade do mundo. Sabe o que percebi? Que, como o Marcos Botelho, trocaria 100 scraps do orkut por 1 abraço.




Imagina se no dia do seu aniversário, aqueles 200 novos recados na sua página fossem 200 passaportes para um abraço. Virou parte de nós mandar um "bjo", ou "abraços!" por orkut ou telefone, mas nenhuma palavra dessas vale o que elas realmente significam. A materialização do que falamos faria-nos mudar nosso vocabulário. Mas valorizo aqueles recados que saem da fórmula "Parabéns pelo seu dia", "Deus te abençoe", que fogem do sentimento de obrigação de deixar um recado só porque o orkut estampa os aniversariantes na página principal. Aqueles que você vê que seu amigo(a) gastou um tempo pensando no que faria você sorrir, sabe? Esses são os melhores.



Ano vem, ano vai, e o que antes era 15 já virou 20 e daqui a pouco vai virar 25. Os pensamentos nostálgicos e depressivos só são anulados pelas coisas boas que sentimos ao ver quem gostamos. Por isso mesmo, deixo um pedido: vamos demonstrar melhor o que sentimos pelas pessoas, galera. Seja no dia do aniversário delas ou não. Elas se sentirão como realmente devem se sentir: queridas e especiais, únicas. Citando a banda capixabíssima Crivo, deixe claro o seu amor.

sábado, 2 de agosto de 2008

O tempo passa, sim senhor...

Esses dias eu estava organizando meu álbum da época do CEFETES, e encontro isso. Uma foto tirada em frente a escada, no segundo andar, no tempo em que máquina digital era para poucos e eu tinha minha humilde câmera de filme. Personalidades na foto: Débora (hoje minha caloura em Biologia-Ufes), dona Darshany (hoje famosa, queridinha da AGazeta), Midori (hoje estudante da USP, bobagem..) e eu (hoje a mesma de sempre). Abaixo, nós atualmente, só para uma comparação besta de fisionomias.










Srta. Darshany
(garotadocasacoverde.blogspot.com);







Eu na minha foto mais recente, tirada hoje de manhã.






















Midori (minha adorável filha).





Momento nostalgia termina por aqui, ainda virão outros.

Um abraço.


(obs.: não tenho fotos recentes da Débora, por isso não a coloquei aqui, por isso minhas desculpas a ela, mesmo esta não sabendo da existência desse blog.)

O inexplicável amor - por Ana Laura Nahas



"O fato é que ela gosta dele, coitada. Gosta das covinhas que ele faz no rosto quando ri, das piadas que ele repete, igual, do mesmo jeito, dos narizes que ele torce pros filmes que vê na promoção das quartas, das canções obscuras que ele põe no rádio do carro quando volta de qualquer lugar, dos medos que coleciona (o amor, as baratas e os pimentões vermelhos), da barba malfeita, das graças que ele faz com as decepções que teve, com os dias em que as coisas doeram mais do que era possível suportar.

Gosta quando ele veste xadrez e golas e botões e usa aquele par de sapatos marrons, quando telefona pra jogar conversa fora, quando chora tantos anos e saudades da infância e angústias e feridas e fotografias amareladas pelo tempo, quando passa horas tentando explicar o quatro-quatro-três ofensivo do técnico de algum time impronunciável do futebol japonês. Gosta da brancura dele e dos quilos a mais e das entradas que ele tem na testa. Até as orelhas de abano dele ela diz que acha bonitinhas.

O fato é que ela gosta dele, coitada. Gosta do azedume dele, e até quando ele diz que não suporta os vizinhos, que detesta o Botafogo, que abomina a TV Globo, que odeia berinjela, que preferia mil vezes viver numa caverna sem luz do que encarar o mundo aqui fora, suas ruas tortas, sua gente estranha. Gosta quando ele reclama dos preços do supermercado, da conta de luz, da reunião de condomínio, do joelho doente, da mãe que aluga, do pai que quer um filho que ele nem sempre quer ser.


Ela gosta. Gosta tanto que às vezes esquece que não devia gostar tanto, e em dias ímpares pensa em mandar um e-mail bonito pra ele e mandar junto uma canção que talvez encare a verdade que ela, de fígado estragado, perna flácida, unha roída, cabelo desgrenhado e coração partido, acha que não é capaz de dizer direito com as palavras.

E de tanto que gosta sonha com a tarde em que ele bateria na porta, com tudo entendido, inclusive os subentendidos, e eles assistiriam ao Seu Jorge, no Álvares, “a vida contigo é muito melhor, esqueci o medo de viver só, com você me sinto bem, contigo sou feliz também”; e brindariam o encontro e dançariam um pouco e, no dia seguinte, veriam TV e passeariam na praia. E de tanto que gosta sonha que talvez toda a mágoa de antes sumisse, que talvez todas as coisas voltassem a ser como foram um dia ou parece que foram.

Porque um dia, de alguma maneira, a vida volta a ser mais ou menos como foi ou parece que foi. Um dia, depois de um tempo, até os piores momentos se tornam mais fáceis, até os amores que acabaram, as dores que a gente guardou o mais escondido que pôde, as expectativas que se desfizeram numa noite fresca como as da última semana. Um dia a gente entende um pouco as coisas e, apesar dos tropeços do passado, abraça um amor como o dela, esse troço que ninguém explica, nem toda a teoria do mundo."



quarta-feira, 30 de julho de 2008

Love is a losing game

*metade ficção, metade realidade
Desde quinta-feira, ou mais precisamente desde quarta à tarde, uma pergunta vem me rondando. É possível estar apaixonada por alguém sem se sentir uma completa idiota? Porque, pensa bem, se apaixonar significa que a pessoa em quem você pensa o dia todo passa a ser uma espécie de mito sem defeitos, mesmo que você conheça os defeitos dessa pessoa por inteiro. E paixão sempre traz aquela esperançazinha mesmo com dez mil sinais e avisos negativos. E você gasta seu precioso tempo imaginando como seriam as coisas se vocês estivessem juntos ou então como você reagiria diante de uma rejeição.

Paixão traz cálculos, possibilidades e imaginação. Complementa o dia e enche sua vida de melancolia, açúcar e preguiça. Melhor pensar em um amor platônico do que não ter em quem pensar, sussurra meu coração. Mas minha mente sempre o confronta: o que tem tão de errado em estar sozinha? Acho que, na verdade, chega um momento que família e amigos não são suficientes. Aí a gente cai na besteira de achar que Deus também não é suficiente. Que tipo de ser humano somos?

Cada vez mais enxergo o quão pequena é minha fé, e como minha mente adora pregar peças em mim. Estou apaixonada, para resumir. Cada abraço e palavra trocados com ele são preciosos. Fico sorrindo meio idiota porque ele pegou na minha mão e me puxou para dançar diante de uma das vistas mais bonitas de Vitória. Preciso falar com ele... Será que ele não vê? Tem um sinal gigante na minha testa dizendo que não quero mais ninguém. Quem me conhece sabe que não gosto muito de arriscar, e esse talvez seja meu maior defeito. Mas eu estou com muita vontade de arriscar dessa vez. Viu como ele me faz bem?

Ei, você me faz bem. Numa de nossas conversas (que eu adoro), você disse que mandava palavras para as meninas que você gostava. Nunca desejei tanto receber um pedaço de papel seu. Amo seu jeito, gosto do modo como você me abraça e não ligo pra distância que há entre nós. Só queria dizer que sinto sua falta no meu dia-a-dia e que, simples e complicado assim, te quero. Quero-te antes de qualquer outra coisa. Até barganhei com Deus pelo seu amor. Depois me senti uma idiota, mas gostar de você me deixa desse jeito. O que você acha disso tudo?

Orgulho

Surpresa boa ao abrir o jornal hoje! Uma matéria especial da Tatiana Wuo no Caderno Dois sobre blogs, e de quebra, dona Darshany na foto grandona linda e maravilhosa, com o garotadocasacoverde.blogspot.com no cantinho com outros vários blogs selecionados.

E, agora que ela tá famosa, não sei como vai ser, mas ainda vou tomar um café com ela sim! :D

segunda-feira, 14 de julho de 2008

"Remember, remember..."

Existem coisas das quais nunca esquecerei. Já aconteceu isso com você? Não digo de traumas, nem grandes acontecimentos espetaculares, mas momentos que ficaram marcados de alguma forma.

Compartilharei meus momentos:

Nunca esquecerei de quando ouvi Brooke Fraser pela primeira vez. Já tinha baixado ela pro computador e passado direto pro ipod sem ter ao menos ouvido. Cheguei ao CEFETES à noite, um pouco mais cedo do que o horário do treino (como de costume) e deitei na arquibancada, olhando para o céu que estava para escurecer. Preguiça, paz... Ouvido com fone, um play e começa Shadowfeet. Conseguia entender somente algumas palavras soltas, mas aquele estilo de música me encantou. O piano, a voz, a evolução da música. Marcou.

Nunca esquecerei de quando descobri o programa Zoombido do Canal Brasil. Foi bem por acaso, ao trocar os canais por tédio. Lá estava o Paulo Moska, sentado em frente à Zélia Duncan, batendo um papo com ela. Eles riram, tocaram violão, ele tirou fotos, tudo bem solto e à vontade. Mais tarde esse programa me marcou por ter me apresentado à cantora Céu (cujo nome só descobri depois), de voz doce e jeito simples, que agora já é considerada uma revelação da música brasileira. É, marcou.

Nunca vou esquecer de um dia que meu avô, sentado na varanda e olhando pro quintal, me disse que os dias dele estavam acabando. E eu o abracei com todas minhas forças e disse que ele ainda ia me ver formar, casar e ter filhos. E eu lembro que os olhos dele pareciam tristes, mas foram meus olhos que encheram de lágrimas só de pensar em perdê-lo. Uma semana depois ele foi embora e eu estava longe, mas sei que aquele momento foi o jeito dele de dar adeus. Marcou para sempre.

Boas lembranças, bons sentimentos e mais um post.

sábado, 21 de junho de 2008

Tem um tempinho que recebi esse selo da senhorita Darshany, mas sempre deixava para postar sobre isso depois. Hoje decidi acabar com a procrastinação. Primeiramente, agradeço a indicação. É sempre uma honra, ainda mais que o elogio veio de uma das minhas escritoras/blogueiras favoritas. Acho que minha tarefa era passar esse selo para mais 7 blogs, mas me darei ao luxo de indicar somente um. Porque se eu indicasse sete, aí teria indicado todos esses aí do lado da página, que são os que adoro ler e que acesso constantemente. Como não tenho uma grande lista de blogs que acompanho, ainda mais pelo fato de que tenho buscado me desprender cada vez mais da internet, vou indicar somente um mesmo:
Não há dúvida de que todos da minha lista me acrescentam muito a cada leitura, mas por hoje os méritos vão para o Filipe. Ele tem um estilo de escrita que agrada muito. Confiram lá. Vocês entenderão a indicação.
Grande abraço,
Flá.



quarta-feira, 18 de junho de 2008

Universo ao redor dela

Era uma terça-feira na melhor cidade do mundo. Dia frio, com nuvens escuras, pouca cor, sem graça. Ela estava mergulhada em seus estudos para escapar de seus próprios pensamentos. O que tinha acontecido exatamente a uma semana aprisionou sua mente durante todos esses sete dias. Era hora de seguir em frente. Deixar os sentimentos passados para trás de vez. Mas ignorando todos avisos de alerta, entre conceitos matemáticos e probabilísticos, ela colocou para tocar aquela voz. Começo de um samba triste. Vamos lá: contas, somas e fórmulas. Um dedilhado... "Não vá pensando que determinou sobre o que só o amor pode saber, só porque disse que não me quer não quer dizer que não vai querer" Voz doce da senhorita Monte. Lapiseira descansou. Ela parou de tentar se distrair e ouviu aquela letra que já conhecia, mas que pela primeira vez fazia sentido de verdade. Ficou ali paralisada, só conseguia ouvir aquela letra:

"Só porque disse que de mim não pode gostar
Não quer dizer que não tenha o que considerar
Pensando bem pode até mesmo chegar a se arrepender
E pode ser então que seja tarde demais...vai saber..."


Queria ela o otimismo da Marisa. Pensar que ele poderia se arrepender de rejeitá-la era pensamento de dia de muito sol e mar. Mas o dia era frio e escuro, lembra? Deixou os estudos de vez e se foi. Como era comum de acontecer, se deixou levar pelos pensamentos mais negativos possíveis. Aqueles que tomam conta de sua auto-estima, que destroem tudo o que você tem de bom e doce.

A mesma lua que viu aquela cena da semana passada estava logo ali na janela, brilhando sobre a menina triste. Esta não se permitia ter esperança, não se permitia ser feliz. Lágrimas no travesseiro e gritos de desespero tomavam conta do quarto, que ia ficando cada vez mais escuro. Ela queria alguma salvação, mas não encontrava nada fazia tempo. Hoje não tem reviravoltas, não tem otimismo. Ela se deixou levar por essa onda doentia até a lua se despedisse e o sol chegasse. Nasceu um novo dia mas não nasceu um sentimento mais nobre. Se arrastou pelo dia como pôde e se cansou. Pegou um livro pra ler mas não conseguiu ler uma palavra. Ligou pra seu melhor amigo e o telefone estava ocupado. Esse era um daqueles dias para ser apagado rapidamente da memória.

Depois daquele dia ela decidiu nunca mais se abrir tanto, nem ser tão vulnerável com ninguém. Decidiu que ia ser mais uma daquelas pessoas que um dia foram feridas e resolveram não se apegar a nada, nem a um retrato, nem a um cheiro, nem a ninguém. Mas foi uma decisão tão estúpida para o tipo de pessoa que ela era, que essa impessoalidade toda não durou muito.

Depois de algum tempo, ela já estava amando a vida novamente, sem medo, sem barreiras. Na esperança de ter alguém que realmente a merecesse e a amasse integralmente. Ela esperaria, não importa quanto tempo passasse.

domingo, 25 de maio de 2008

Love is watching someone die


Era um outono frio e triste. De olhos semi-fechados ela correu, num tom desesperado, até o corpo pálido de seu amigo. Ajoelhou-se e apoiou suas mãos naquele chão cinzento e sujo. Olhou a estátua mórbida que tinha virado o menino alegre que gostava de correr e jogar futebol na rua perto de sua casa. Quantas vezes eles não trocaram palavras de amor disfarçadas de ofensas e abraços calorosos mascarados de brigas sangrentas? Ele a amava. E apesar de xingá-la como num ritual diário, ele admitia sua admiração ao pedir por seus beijos sempre quando fazia algum favor a ela. E ela fazia caretas de nojo em resposta. "Nunca!" Ela dizia numa certeza sem fim. A verdade é que eles eram muito crianças para algo mais do que aventuras infantis: encontros rotineiros para roubarem frutas de uma fazenda afastada do bairro. E o romantismo era comer aquelas frutas mais do que podiam, até que uma dor de barriga os assaltasse como um ladrão oportunista. Mas era melhor do que sarrafos ao chegar em casa com comida furtada. Seus pais eram pobres, mas não ladrões.

Agora ele havia partido. E ela estava ali. Seus olhos correram sem controle pelo corpo dele, desejando que a vida se instalasse ali novamente. Pegou sua mão e chamou por seu nome. Silêncio. A morte chegou melancólica e levou a alma do garoto. Sua franja loura, que pendia para o lado, foi acertada pela menina, que chorava sem esperança. Seus lábios, molhados de lágrimas negras, se encontraram com os lábios secos e frios dele. O beijo selou uma real amizade e marcou uma triste despedida. Como ela queria um milagre... Fechou os olhos e esperou um instante. Quem sabe, quando ela os abrisse novamente, lá estaria aquele sorriso gostoso.

Mas, como havia de ser, nada aconteceu. Logo uma multidão se aproximou e ela foi afastada, se deixando levar. Não lutou contra se afastar daquela cena. Preferiu arrastar seus pés até em casa. Abraçou seu pai, o único que realmente a entendia, e deitou em sua cama. Chorou até que adormecesse de cansaço e sonhou. Com ele.


Seu melhor amigo teve o privilégio de estar nos sonhos dela, coisa que sempre desejou mas nunca conseguiu em vida. Agora ele estava em suas mente, rindo, falando besteira, jogando futebol no outro time e pedindo um beijo (insistentemente, como sempre fazia). Um sonho-despedida.


Na manhã seguinte ela acordou com a cabeça doendo e demorou uns minutos até que se lembrasse do dia anterior. "Saukerl". Era como ela sempre o chamava: um xingamento constante. Foi o que pintou mais tarde no porão junto com as outras palavras difíceis de serem pronunciadas. Ali ficou olhando aquela palavra por horas até que a fome falasse mais alto.

"Adeus, amigo."


Apagou a luz do porão como se o apagasse de sua memória. Mas aquele filete de luz permaneceu por anos e anos. Ainda bem. Um primeiro amor não deve ser esquecido tão instantaneamente.
(Inspirado no livro "A menina que roubava livros" de Marcus Zusak. Título retirado de um trecho da música 'What Sarah said' do Death Cab for Cutie).

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Por que com travestis?

Só uma notícia-bomba para desviar a imprensa do caso Isabella Nardoni, e essa bomba estourou na semana passada, quando se soube que o jogador-fenômeno Ronaldo estava num motel do Rio de Janeiro com três travestis. O caso alcançou tal notoriedade que cogitou-se a perda, pelo jogador, de importantes patrocínios.
Não sei se Ronaldo contratou os travestis achando que eram prostitutas. Também não sei o que aconteceu realmente naquele quarto. O que sei é que, como sempre, o julgamento humano já foi feito e o jogador terá para sempre sua imagem arranhada.
Mas o que leva alguém a procurar um travesti?
Homens que se travestem de mulher não desejam mudar de sexo, e homens que procuram travestis sabem bem o que estão procurando. Na maioria são casados e estáveis financeiramente. Não querem ser taxados de homossexuais ou bissexuais, por isso buscam na aparência feminina dos travestis uma desculpa para a realização de suas fantasias de sodomia. Que ninguém se engane: em boa parte dos programas, o travesti é o ativo. Aliás, em qualquer anúncio tratam de exaltar o tamanho do “dote”, que é o que interessa aos clientes. Se estes quisessem uma mulher, buscariam prostitutas.
Mas por que os maridos têm deixado suas esposas para buscarem, lá fora, o prazer que deveria haver dentro do casamento?
Seja com travestis, ou prostitutas, ou amantes, ou no onanismo, há uma infinidade de casais infelizes, que buscam, fora, solução para seus problemas. O próprio Ronaldo estava noivo, mas mesmo assim foi atrás de prostitutas/travestis, e não uma, mas logo três. Muitos que estão nas igrejas agem da mesma forma, seduzindo e sendo seduzidos por outros da mesma igreja, a quem deveriam tratar como “irmãos”, pois assim é que Jesus nos vê. Outros, saem da igreja e vão buscar fortes emoções na internet ou em encontros pagos. Embora pareça, o sexo desenfreado não é uma panacéia, um remédio para tudo!
Muitos temos visto o sexo desregrado como refúgio, alívio, solução. Que quem está lá fora no mundo veja dessa forma é compreensível, pois estão como que mortos e tudo é ilusão. Mas para quem um dia aceitou ao Deus Vivo, a Jesus Cristo, é muito triste ainda se deixar enganar. O orgasmo pode, por alguns minutos, inebriar a mente, mas o efeito passa muito depressa e deixa, atrás de si, um sentimento de vazio ainda maior. Deus criou o homem e uma ajudadora para ele, mas o Pai da Mentira quer mostrar que mulher, família são coisas do passado: o bom e moderno é amar meninos e meninas, é sentir todas as formas de prazer com o maior número possível de pessoas, e ainda tem gente que acredita e que acha que “amar ao próximo” é ter que transar com ele.
Amar ao próximo é respeitá-lo, é honrá-lo, é ajudá-lo, não é seduzi-lo, comprá-lo, humilhá-lo. Quando vemos travestis dando “piti” muitas vezes achamos até engraçado, pois não conseguimos ver, através daquele rosto cheio de enxertos, daquele corpo deformado muitas vezes com silicone líquido, substância que pode ser muito prejudicial e causar muita dor e sofrimento, um ser humano. Mas é verdade, por detrás daquela “traveca” que pediu 50 mil para não difamar o Ronaldo, existe uma pessoa que foi criada à imagem e semelhança de Deus, mas que o Pai da Mentira convenceu de que não era nada, de que não valia nada, de repente apenas alguns reais por programa. Que o Príncipe desse Mundo convenceu de que não tinha nada, nem caráter, nem vergonha, e que por isso poderia fazer escândalos na tevê, inclusive quebrando equipamentos de uma emissora. E o engano é tão bem-feito que nos convence a todos, que ou estamos lhe jogando pedras, ou as jogando no jogador, aquele “safado sem-vergonha”. Mas será que não temos, também, coisas ocultas tão horripilantes que, se viessem à tona, escandalizariam não só à Igreja, mas a todo o mundo?
Não é fácil a vida de jogador de futebol. Na maioria vindos da pobreza, de uma hora para outra se vêem cercados de dinheiro, mulheres e fama. É uma mudança de enlouquecer qualquer um, a ponto de cometerem grandes bobagens.
Não é fácil a vida de um travesti. Desde cedo humilhados por sua homossexualidade, muitas vezes rejeitados por suas famílias, vão para as ruas onde, para sobreviver, são obrigados a deformar seus corpos e vendê-los a qualquer preço. Por serem alvos de playboyzinhos metidos a besta, de clientes violentos e até da polícia, aprendem a manejar o estilete e sabe-se lá que armas brancas, afinal melhor ferir ele do que eu. A vida nas ruas os torna animais em busca de sobrevivência.
Meu noivo trabalhou durante alguns anos com evangelização de prostitutas e travestis, no centro de São Paulo. Ele viu travestis serem recuperados, aceitarem a Cristo e mudarem de vida, mas não é fácil, pois são pessoas muito, muito feridas. Infelizmente ainda passo na Av. Indianópolis à noite e vejo os carrões importados de honrosos pais de família parados, combinando preço com as prostitutas e travestis do local, talvez porque às igrejas interessa mais converter os crentes de outras denominações para a sua, do que resgatar as vidas que mais estão em perigo – as que estão dentro e fora dos carrões.
Retirado do site SexxxChurch: http://www.sexxxchurch.com (investirei mais tempo para ler seus artigos...fico feliz em ver a comunidade cristã abrindo a mente, sem deixar o evangelho de lado.)

segunda-feira, 5 de maio de 2008

A casa dos meus sonhos - parte final


Meu segundo andar. Aqui estão os cômodos mais preciosos. Onde passo minhas noites e boa parte do meu dia, onde devoro livros e paisagens. Suba a escada com calma, não quero ver ninguém tropeçar. Agora veja, logo aí na sua frente, esse móvel que me traz ótimas lembranças! Está vendo essas fotos? Cada uma representa uma fase importante da minha vida: colégio Americano, CEFETES, faculdade, primeiro emprego, casamento! Depois conto a história de cada uma. Vem correndo conhecer meu quarto, meu refúgio! Minha cama não é assim tão grande, mas seus lençóis compensam em beleza. Não é que são tão finos, mas são alegres e combinam com o quarto (e comigo). O meu armário é embutido na parede, para ocupar menos espaço. Tem um tapete redondo em frente à cama e uma televisão não encontra espaço aqui. Está vendo ali no cantinho aquela mesa bagunçada? Eu chamo de minha oficina de criatividade. É ali que escrevo minhas cartas, desenho, faço colagens infantis e invento. E ai de quem me interromper nessas explosões criativas. À frente da mesa vejo minha parede diferente, toda escrita artisticamente com textos, poesias, frases e versículos. São meus ânimos para manhãs escuras. Ah, claro, aqui é o banheiro! Sempre limpo e cheiroso, com um grande espelho de corpo inteiro. A pia serve de apoio para alguns dos meus produtos cosméticos e meu chuveiro é literalmente uma ducha. Não tem água quente, uma forma de economizar energia e ao mesmo tempo cuidar do meu cabelo (e corpo).

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Deixando as lições ecológicas de lado, vamos para o próximo cômodo: minha biblioteca particular. Esse sim, meu cômodo interno favorito. Duas cadeiras individuais reclináveis mais ao centro e tudo em volta são estantes e estantes de livros, somente interrompidas pela porta que leva à varanda. As estantes estão divididas por temas: romances, infanto-juvenis, ficção, religiosos, científicos, didáticos. Apesar do meu pequeno ciúme, não me importo de emprestá-los, contanto que eles voltem sãos e salvos. Sento aqui e leio e releio meus livros, constantemente renovados. Às vezes não resisto e tiro um cochilo pós-almoço. Por isso prefiro ler nos finais de tarde.
O próximo cômodo é um quarto de diversões. Sim, ali está uma infinidade de fios e dá para sentir o cheiro de eletricidade. Minha modesta televisão, meu videogame antigo e 1001 jogos, meu computador, meu rádio, meus jogos de tabuleiro, um grande espaço e um sofá grande e confortável. Na maioria das vezes uso esse quarto acompanhada. Quase sempre prefiro me afundar nas leituras. Agora só falta um quarto: o quarto de hóspedes. Este quarto será redecorado quando meus filhos nascerem. Por enquanto é para meus amigos que perdem a hora aqui em casa e para parentes que vieram de longe. É um quarto muito gostoso, grande. Tem duas bicamas e o banheiro fica no corredor, logo ao lado. Não entrarei em detalhes, porque você um dia irá conhecê-lo de perto, pessoalmente.
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Vamos até a varanda. Meu sonho de consumo desde minha infância: a rede. Quando deito nela consigo ver meu quintal, e contemplar a natureza. São nesses momentos que mais chego perto de Deus, e agradeço por tudo o que tenho. Há um espaço à frente da varanda, sem proteção, mas que permite que possamos andar nele. Não é raro me ver sentada ali, com as pernas penduradas para baixo. É uma sensação de liberdade besta e sem importância, mas me faz bem. Às vezes levo um livro para me acompanhar, ou a máquina fotográfica para registrar as borboletas de mais perto.

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Olha, fica mais tempo por aqui. Quero mostrar como é meu dia-a-dia, e adoraria tê-lo por perto. Combinado. Próximo fim de semana. Minhas receitas, meus livros e eu te esperamos.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

A casa dos meus sonhos - parte 2

Abri a porta para você entrar. Uma porta com alto-relevo de um desenho de flores, toda em madeira, com um olho mágico só por precaução. Ao entrar, você estará pisando na minha sala, com um piso de taco desgastado pelo tempo. A decoração não é nada do que se pode chamar moderno, mas também não tem nada de rústico. Eu falaria que está entre esses dois conceitos. Dois sofás, um de três lugares e outro de dois lugares (este último é um sofá-cama) e um individual para meus momentos de pouca conversa (igual aquele do seriado Friends, o prefererido do Joey e do Chandler!). Tem um violão ali no canto, ajudando na decoração e me fazendo companhia nos finais de tarde. Os quadros da minha sala são de fotos. Várias e várias, divertidas e melancólicas – todas montadas em uma só parede. Nessa parede meus amigos passam boa parte do tempo, relembrando de momentos, perguntando quem é esse fazendo careta e comentando como eu não mudei muito desde nova. É nessa parede que eu viajo constantemente, para não deixar as lembranças se afundarem num lugar chato do meu cérebro. Uma mesa de centro, robusta e ao mesmo tempo graciosa, com um pequeno vaso de planta em cima compõe a decoração. Ah, sim. O móvel principal está logo ali. O centro das atenções da sala. Se você reparar, todos os móveis se voltam de alguma forma para ele. Ocupando todo uma parede, lá está meu conjunto favorito de prateleiras de madeira escura, sustentando minha pequena televisão, meu rádio, o dvd e esses eletrônicos que usamos só de vez em quando. Mas a melhor parte são os álbuns de fotografia. Todos com data, meu acervo ao passado. A cada ano minhas prateleiras ganham mais álbuns, e o porta-cd acoplado às prateleiras mostra meu gosto musical eclético. Mais ainda, é um retrato da modernidade: muitos álbuns de fotos estão gravados nos cds (mas não dispenso fotos reveladas nunca). Não gosto de gastar muito tempo em frente à TV, mas me delicio com a locadora de filmes que tem aqui perto de casa. Não é raro fazermos uma sessão cinema na sala, convidando os vizinhos e quem quiser participar (mas também gosto de ficar só com ele, meu amor, de vez em quando ou quase sempre). Sempre nos acompanha o nosso cachorro menor... Acho que se ele fosse humano, seria um crítico de cinema – que dorme nos filmes e engasga com pipoca, claro. As almofadas são coloridas e em grande número, e deixo um puf de reserva, no caso dos sofás não suportarem muita gente.
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Entre a sala e a cozinha tem a escada que levará ao segundo andar (mas este será descrito outro dia). Vamos lá beber uma água então. Minha cozinha! Ela é testemunha das minhas falhas em receitas culinárias e meu laboratório, vamos assim dizer. Faço experimentações com comidas, misturo muitos sabores (herança de meu avô querido) e cozinho com prazer. Não elogie muito minha comida, senão a soberba tomará conta de meu ser (mas não os poupe muito, um elogiozinho não fará mal se eu realmente merecê-lo). A cozinha é dividida em duas partes: a parte de preparo de comida e a parte de comer a comida. Na parte de preparo, você verá muitas gavetas ao lado da geladeira. A geladeira, por sinal, é grande e a peça mais importante deste cômodo. Meu eletrodoméstico favorito! Ela sustenta em sua porta e laterais mais de 40 ímãs. Cada um com sua história, muitos vindos de outros lugares do Brasil e do exterior, e outros são mais práticos, para pedir lanches por telefone. Ao lado das gavetas, uma espécie de balcão, com tábuas penduradas na parede, junto aos grandes talheres, como se fossem ferramentas num armário. Cada um tem seu lugar certo. Ele é o apoio de outros eletrodomésticos: o liquidificador, a sanduicheira e a torradeira. Os armários são suspensos acima desse balcão e possuem cor branca, com puxadores prateados. Num lugarzinho especial do armário está o microondas, quebrando aquela onda de portas. A pia, que se dispõe na outra parede, possui somente uma torneira, e de cada lado dela, um escorredor. Num cantinho escondido, minha pequena despensa.
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Na parte de comer, claro, não poderia faltar uma pequena mesa de quatro lugares para tomar café, ou até almoçar. Ela fica encostada na parede que divide a cozinha em duas, e há uma espécie de janela sem vidro, que possibilita a passagem de comida de um lado para o outro, além de facilitar a comunicação entre o que prepara a comida e o que come. Nela há um grande relógio de ponteiro, que ganhei de aniversário; ele nunca me deixa atrasar as refeições. A mesa está sempre forrada com uma toalha estampada com temas alimentícios, para aguçar meu apetite, e jogos americanos para minimizar a bagunça. Ao lado da mesa vemos a outra porta da minha casa. Ela sempre fica aberta, uma forma de arejar o ambiente e disfarçar o cheiro de queimado constante. Brincadeirinha, quase nunca queimo nada.
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Antes que eu coma alguma coisa de gulodice, vamos subir. Meu cômodo interno favorito está lá em cima. Enquanto não subo, você pode tentar adivinhar qual é. É só me conhecer um pouco e saberá.

domingo, 13 de abril de 2008

A casa dos meus sonhos - parte 1

(A primeira parte desse post eu já tinha escrito na minha agenda, hoje acrescentei algumas coisinhas. Sejam bem-vindos a essa pequena jornada.)
Exterior

A rua é tranqüila, com poucos carros passando, apesar de eu morar numa cidade relativamente grande. Não tem erro para encontrar minha casa: é a única na rua que possui uma palmeira logo em frente. Número 32 escrito em uma placa artesanal de madeira, para você não errar. O portão da garagem mostra uma mistura harmoniosa de madeira nobre legal com tecnologia (não vou mostrar como ele abre, para não ser chamada de exibicionista). É só tocar a campainha e meus cachorros latirão alto, intimando quem for. Mas se eu abrir a porta eles te receberão com um sorriso doce e lambidas de boas vindas. Dóceis grandes cães.

A calçada convida-te a entrar. De tão bonita, com plantas e vida, muito bem-vindo será. Grama por entre pedras no chão. Muro não muito alto, ornamentado com pedras menores e permitindo uma visão do que virá após ele. Lá está o quintal. Minha parte favorita. Grande e majestoso. Árvores frutíferas e arbustos verdejantes trazem um espírito de floresta a esse lugar. Flores de todas as cores, pássaros livres e uma casa na árvore. Um caminho de madeira, num estilo de deque, te levará até a entrada de minha casa. Pelo caminho você poderá apreciar o aroma de um ar puro e o som dos animais que encontram refúgio em meu quintal. Verá a churrasqueira simples, mas eficiente, onde já terei preparado várias refeições de domingo para familiares e amigos (você estava junto). Não tem piscina, não tem nada muito luxuoso, mas eu amo. E amo aquela ducha forte, onde improvisei um box de trepadeiras, totalmente inspirada pela antiga casa do meu avô.

Então você verá uma simples casa com varanda em seus dois andares. A varanda de baixo possui uma mureta na qual me sento para contemplar a natureza viva à minha frente. E ali fico escrevendo e pensando na vida, me apaixonando. Logo depois se vê uma das paredes com jarros de plantas menores, estilo samambaias, que indica a porta principal e um sofá de vime com almofadas para quem quiser sentar. Bem perto dele, uma mesa de carteado para quem quiser jogar: lugar preferido dos meus amigos mineiros (e capixabas, cariocas, pernambucanos e brasileiros em geral). Ali já gritei muito de raiva por perder feijões e feijões para meu cunhado, viciado em pôquer, e também já ri até chorar dos meus blefes mal realizados, já afetada pelo avanço repentino da madrugada.

Agora vamos entrar: você está a três passos de conhecer o interior da minha casa. Mas conhecê-la ficará para uma próxima escrita, um próximo post. Espere um pouco, valerá a pena. Até lá!

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Estatuto do Homem - por Thiago Mello

Os Estatutos do Homem
(Ato Institucional Permanente)
A Carlos Heitor Cony

Artigo I. Fica decretado que agora vale a verdade. agora vale a vida, e de mãos dadas, marcharemos todos pela vida verdadeira.

Artigo II. Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive as terças-feiras mais cinzentas, têm direito a converter-se em manhãs de domingo.

Artigo III. Fica decretado que, a partir deste instante, haverá girassóis em todas as janelas, que os girassóis terão direito a abrir-se dentro da sombra; e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro, abertas para o verde onde cresce a esperança.

Artigo IV. Fica decretado que o homem não precisará nunca mais duvidar do homem. Que o homem confiará no homem como a palmeira confia no vento, como o vento confia no ar, como o ar confia no campo azul do céu.
Parágrafo único: O homem, confiará no homem como um menino confia em outro menino.

Artigo V. Fica decretado que os homens estão livres do jugo da mentira. Nunca mais será preciso usar a couraça do silêncio nem a armadura de palavras. O homem se sentará à mesa com seu olhar limpo porque a verdade passará a ser servida antes da sobremesa.

Artigo VI. Fica estabelecida, durante dez séculos, a prática sonhada pelo profeta Isaías, e o lobo e o cordeiro pastarão juntos e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.

Artigo VII. Por decreto irrevogável fica estabelecido o reinado permanente da justiça e da claridade, e a alegria será uma bandeira generosa para sempre desfraldada na alma do povo.

Artigo VIII. Fica decretado que a maior dor sempre foi e será sempre não poder dar-se amor a quem se ama e saber que é a água que dá à planta o milagre da flor.

Artigo IX. Fica permitido que o pão de cada dia tenha no homem o sinal de seu suor. Mas que sobretudo tenha sempre o quente sabor da ternura.

Artigo X. Fica permitido a qualquer pessoa, qualquer hora da vida, uso do traje branco.

Artigo XI. Fica decretado, por definição, que o homem é um animal que ama e que por isso é belo, muito mais belo que a estrela da manhã.

Artigo XII. Decreta-se que nada será obrigado nem proibido, tudo será permitido, inclusive brincar com os rinocerontes e caminhar pelas tardes com uma imensa begônia na lapela.
Parágrafo único: Só uma coisa fica proibida: amar sem amor

Artigo XIII. Fica decretado que o dinheiro não poderá nunca mais comprar o sol das manhãs vindouras. Expulso do grande baú do medo, o dinheiro se transformará em uma espada fraternal para defender o direito de cantar e a festa do dia que chegou.

Artigo Final. Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida dos dicionários e do pântano enganoso das bocas. A partir deste instante a liberdade será algo vivo e transparente como um fogo ou um rio, e a sua morada será sempre o coração do homem.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Instruções para a vida

1 Dê mais as pessoas do que elas esperam, e o faça com alegria
2 Decore o seu poema favorito
3 Não acredite em tudo o que você ouve e durma o quanto queira
4 Quando disser "eu te amo", seja verdadeiro.
5 Quando você disser "sinto muito", olhe para a pessoa nos olhos
6 Fique noivo pelo menos seis meses antes de casar
7 Acredite em amor a primeira vista
8 Nunca ria dos sonhos de outra pessoa
9 Ame profundamente e com paixão. Você pode se machucar, mas é a única forma de viver a vida.
10 Em desentendimentos brigue de forma justa. Não use palavrões.
11 Não julgue as pessoas pelos seus parentes
12 Fale devagar, mas pense com rapidez
13 Quando alguém perguntar algo que você não quer responder, sorria e pergunte: "Por que você quer saber?"
14 Lembre-se que grandes amores e grandes conquistas envolvem grandes riscos
15 Ligue para sua mãe
16 Diga 'saúde' quando alguém espirrar
17 Quando você perder, não perca a lição
18 Lembre-se dos três Rs: Respeito por si próprio, Respeito pelo próximo, Responsabilidade pelas suas ações.
19 Não deixe uma pequena disputa ferir uma grande amizade
20 Quando você der conta que cometeu um erro, tome as atitudes necessárias
21 Sorria ao atender o telefone. A pessoa que estiver chamando sentirá isso na sua voz
22 Case com um homem/mulher com quem você adore conversas. Ao envelhecer, suas aptidões de conversação serão tão importantes quanto qualquer outra
23 Passe mais tempo sozinho
24 Abra seus braços para mudanças, mas não abra mão de seus valores
25 Lembre-se de que o silêncio, às vezes, é a melhor resposta
26 Leia mais livros e assista menos TV
27 Viva uma vida honrada. Assim, quando ficar mais velho e olhar para trás, poderá aproveitá-la mais uma vez
28 Confie em Deus, mas tranque seu carro
29 Uma atmosfera de amor em sua casa é muito importante. Faça o que puder para mantê-la.
30 Em desentendimentos com entes queridos, enfoque a situação atual. Não fale do passado.
31 Procure ler o que está nas entrelinhas
32 Reparta o seu conhecimento. É uma forma de alcançar a imortalidade.
33 Seja gentil com o planeta.
34 Ore. Há um poder imensurável nisso.
35 Nunca interrompa enquanto estiver sendo elogiado
36 "Cuide da sua própria vida"
37 Não confie num homem/mulher que não feche os olhos enquanto beija
38 Uma vez ao ano, vá a um lugar onde nunca esteve antes
39 Se você ganhar muito dinheiro, coloque a serviço de ajudar os outros enquanto for vivo. Esta é a melhor satisfação da riqueza.
40 Lembre-se que não conseguir algo que você muito deseja, às vezes é um golpe de sorte.
41 Aprenda as regras e quebre algumas.
42 Lembre-se que o melhor relacionamento é aquele onde o amor de um pelo outro é sempre maior do que a necessidade de um pelo outro
43 Julgue seu sucesso pelas coisas que você teve que renunciar para consegui-lo.
44 Lembre sempre de que seu caráter é seu destino
45 Usufrua do amor e da culinária com abandono total

Por Narciso Machado

domingo, 6 de abril de 2008

Pane no sistema

Ontem foi um dia interessante.

Depois de 5 anos esperando para conferir um show da Pitty, lá fui eu ontem. Primeiramente gostaria de esclarecer que, apesar de eu realmente gostar das músicas dela - são inteligentes e contagiantes, minha grande vontade de ir era para compensar um fato ocorrido lá no 1º ano do CEFETES. Foi quando minha mãe me barrou de ir a Festa do Estudante, não lembro o porquê, mas deve ter sido algo como: "Você é muito nova, é perigoso, etc".

Primeira fase: Recrutamento de amigos para ir comigo. Depois de muita gente recusando, já estava achando que não deveria ir mais. Que talvez não era isso o que Deus queria e um monte de coisa me passou pela cabeça. Até que, num dia muito iluminado, minha amiga Raissa, da UFES, disse que ia falar com a mãe dela. Fiquei na esperança, mas com um pé atrás. Depois de algumas horas, a confirmação. Oba! Fiquei feliz porque sei que ela foi muito mais por mim do que pela Pitty (acho que foi uma bela demonstração de amizade).

Segunda fase: A fila. Então, cheguei lá e logo encontrei uma amiga que queria ver faz tempo! A Evelin...a conheci na viagem que fizemos pro show do Hillsong em BH. Conversa vai, conversa vem, só ouço um grito: 'Flavinhaaa'. Só pude responder: 'THIEEEEELMANN!!' Nossa, fiquei muito feliz de vê-la. "Só assim pra gente se ver, né?" :]

Terceira fase: Entrando no show. Entramos lá no ginásio depois de uma senhorita me revistar (uma experiência nova e traumatizante) e esperamos mil anos pro show começar. Emos, emos brigando, emos de mãos dadas, emos caídos no chão, emos bêbados, emos brigando de rodar, emos se beijando, emos. Algumas famílias, muita gente novinha, um punk, três playboys e quatro patricinhas.

Quarta fase: O show. Curto, mas muito empolgante. Valeu só por Admirável Chip Novo, Deja Vu e Equalize. Senti falta de Ignorin' u e De Você. Mas fiquei pensando...se eu tivesse deixado de ir, ficaria reclamando comigo mesma. Foi bom ter ido, pulei bastante, balancei a cabeça, ri com um cara que ficava puxando assunto com Raissa e comigo, e me diverti. O show acabou às 21h45min...cedo pra caramba, né?

Cheguei em casa com uma dorzinha de cabeça, resultada do som altíssimo do pré-show e das fumaças de cigarro. Antes de durmi tive que fazer uma comparação com outros shows que já fui. Primeiro, Marisa Monte. Acho que estava no mesmo nível. Só que é totalmente diferente, né..desde o público até a estrutura do show. Acho que gostei mais do da Pitty (prefiro rock...).
Depois, Hillsong United. Ah, esse não tem comparação. No Hillsong eu fui por um motivo maior...não era bem pela banda, mas pelo que ela representava. Fui pra cantar para Deus, e não por nada. Você pode cantar por uma ideologia, por alguém que não está do seu lado, mas cantar para alguém que está te ouvindo e respondendo, não tem comparação. Sentir Deus não tem comparação.

Apesar de muita gente [da igreja, principalmente] ter olhado torto por eu ter ido no show da Pitty, é mais do que claro que isso não representa uma busca por outra coisa a não ser Deus, e nem uma reconciliação com ideais que deixei de acreditar faz tempo. Não têm motivos para eu me sentir mal por ter ido e, saibam, quando sentir vontade, irei em outros. Isso se chama liberdade, por saber que amo e acredito em algo que é muito maior que meros shows terrenos.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Bem-vindos!

Tá aí meu novo blog...em substituição ao meu myspace [que em breve será deletado!]. Fiquei de 13h até 23h do dia de ontem tentando achar um endereço decente para ele. Dicionário em mãos e milhões de tentativas sem sucesso algum, resultaram ao final de tudo, no minhas melodias. É somente uma referência ao fato de eu tocar violão e gostar bastante disso. Além disso, para mim, tocar é como escrever. Traz a mesma sensação de prazer e contribui significamente para melhorar meu dia. Escrever é como compor uma música, e se formos pensar, existe profunda relação entre as duas coisas.
Agora já acho o endereço breguinha, mas ficará ele mesmo. Até porque além de não dar para mudar, não tou afim de gastar 10h novamente nisso. Ainda tenho muito trabalho a fazer nele, trocar o layout, procurar boas figuras e etc, então vcs ainda verão muita transformação por aqui (paciência!).
Como dá pra ver, os antigos posts foram transferidos para cá e foi muito bom relembrar de alguns deles. Foi até engraçado...! Enquanto não escrevo nada novo, peço que esperem com paciência. Ainda postarei bastante por aqui. (Fazer este blog foi até um modo de me injetar algum ânimo de escrever novamente).

Um beijo para todos! ;*

quinta-feira, 27 de março de 2008

Faithful - Brooke Fraser

Ontem fui tentar dormir sem sono, ouvindo Brooke Fraser. As músicas, que mais parecem orações, me conduziram a uma conversa franca com Deus. Lá estava eu, sentada de pernas cruzadas na minha cama, olhando para aquele céu estrelado (e estragado pela grande placa luminosa do Hotel Radicson – quem acha esse gigante bonito só pode estar drogado).
Como muitas de minhas orações, falei com Ele que não queria desperdiçar meus dias. Queria que tivesse algum sentido ir pra UFES, ver meus amigos, e que não dava para ser somente uma rotina... Eu quero fazer alguma diferença. Engraçado como uma declaração dessas pode fazer tanto efeito. Não consigo expressar o quanto me alegra saber que Deus está me ouvindo. Sabe quando você está falando com uma pessoa e você tem certeza que ela não está prestando atenção? Já faz alguns anos que encontrei alguém que me ouve sempre, mesmo quando parece que houve uma crise de surdez.
Hoje o dia foi muito bom. Eu nem precisei fazer esforços para falar da ‘pessoa’ mais importante da minha vida. Logo na primeira aula minha amiga me mandou um versículo escrito numa folha de rascunho e simplesmente pediu pra eu falar sobre o que achava. Nem gosto de escrever, né? Escrevi com um sorriso estampado no rosto. E ainda pude conversar com ela sobre várias coisas legais.
Mais tarde um outro amigo veio comentar sobre Richard Dawkins, o autor do ‘O Gene Egoísta’ e ‘Deus, um delírio’, depois que eu emprestei o livro ‘A Linguagem de Deus’ para uma outra amiga. Por mais que nossas idéias se confrontem e eu discorde dele em muitos pontos (e ele discorde de mim em outros), não sei quando mais eu teria oportunidade de falar alguma coisa do gênero pra ele. E sério mesmo, adoro quando as pessoas falam suas opiniões (contanto que falem com sabedoria e respeito).
Foi bom falar o que penso, sabe? Tenho certeza que lá na sala as pessoas me vêem, mas não sabem realmente quem sou ou o que penso. Bom, ainda assim queria ter falado mais coisas durante a conversa. Como a maior parte dos futuros biólogos da minha sala, ele tem uma visão bem racional sobre fatos relacionados à fé e à vida. Mas cara, algumas coisas que conheço não tem nada de racional. Chega a ser insano. Quando alguém conseguir explicar racionalmente como o Josiel, um outro amigo lá da sala, mudou da água pro vinho desde as últimas férias, talvez eu questione minha fé (ele me contou que no dia de Natal, ele tomou a melhor decisão da vida dele. Nunca o vi tão feliz). Quando me explicarem o que foi aquele sentimento tão diferente que me arrebatou numa noite no final do ano de 2002, dentro de uma igreja, que me fez pegar numa Bíblia pela primeira vez horas depois, talvez questione Deus. Quando me convencerem de que foram meras coincidências todas as experiências sobrenaturais que já presenciei, todas as orações atendidas, todas as vidas mudadas e tudo o que sinto, talvez eu reveja meus conceitos.
Mas a verdade é que este dia está muito distante, provavelmente nem o verei chegar. E enquanto esse dia não chega continuarei a falar daquele que ama tanto a humanidade que permitiu que pudéssemos escolher entre Ele e o resto. Uma pena que temos escolhido o resto quase todo dia. Eu já prefiro a primeira opção. Concordando com meu amigo Josiel, foi a melhor decisão que tomei na minha vida.

'When I can't hear you
I know you still hear every word I pray
And I want you
More than I want to live another day
And as I wait for you
Maybe I'm made more faithful'
Brooke Fraser - Faithful

sábado, 22 de março de 2008

Luto

Ela estava vendo na tv um filme triste de romance que falava sobre perda de memória e amor eterno. Foi quando sua mãe atendeu a uma ligação. Uma triste ligação. Seu cunhado foi responsável por dizer: "Tenho uma má notícia. Uma pessoa morreu." Na hora ela parou o filme ao ouvir o desespero na voz de sua mãe. E ficou aflita por não saber o que tinha acontecido. Sua mãe desligou e repetiu a mesma frase que seu cunhado tinha lhe falado. A menina ficou branca, se ajeitou no sofá e perguntou quem era a pessoa. Uma tia-avó. Aquela sorridente que ela tinha visto pouco mas que com certeza fazia parte de suas melhores lembranças. Aquela que sempre recebia toda família de braços abertos, que tinha uma risada gostosa e engraçada, que era uma ótima cozinheira e morava longe na roça. Aquela que piscava os olhos com força e passava uma imagem de ser a pessoa mais feliz do mundo apesar das limitações da idade.
Notícias como essa abalam qualquer pessoa. Acabou o clima de feriado. Se sentiria culpada em aproveitar os dias enquanto outros choram sua perda. Se eles choram, ela quer chorar junto. Se ele riem, ela quer rir junto. E ela se sentia triste pelos familiares mais próximos a querida Tia Teté. Irmã de sua avó. Uma querida parente. Chorou pelo fato de que foi confirmada a frase de que só damos valor às pessoas depois que as perdemos. Mas no fundo ela sabia que a amava. Das poucas vezes que tinha visto sua tia-avó. Ela a amava. E agora ela tinha partido.

Descanse em paz. Você está num lugar muito melhor que nós. Aproveite...

Odeio quando crônicas são mais reais que ficção.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008


( Apesar de não saber como fazer isso, adoro desenhar. )
Conto a história desse desenho: Hoje. A caminho do Boulevard. Tempo semi-chuvoso. Guarda-chuva de bolinhas da vovó. Apertei o botão para abri-lo. Ele voou de minhas mãos (o impulso me assustou). "Isso é uma arma". Odeio desperdício de idéias. Flávia desenhando em casa. Ignorem-me. FIM.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Tributo a Aroldo II



No quarto quente e silencioso ela usava sua tesoura escolar preferida. Pacientemente ia cortando cada corda: se despedia da mi, dava outro adeus para lá e para si. E assim, de pouco em pouco, seu violão ia ficando nu. Ao ver aquele braço liso e empoeirado, ela sentiu que era hora de recomeçar. Depois de limpá-lo, abraçou-o com carinho e falou seu nome em um curto suspiro. Guardou-o com cuidado na capa e o carregou pela rua, como se estivesse de mãos dadas com um dos seus grandes amores.
Chegou ao seu destino. Ali ela ia gastar uma boa parte de suas reservas para melhorar seu amigo. Mas ela não sabia que era ali que ela ia consertar seu dia. “Um encordoamento completo de nylon, por favor – o melhor que você tiver”. Olhou para seu violão e deu um sorriso: poderia amá-lo a tarde toda depois que saísse dali. E foi o que aconteceu.
Agora afinado e com cordas novinhas, ela podia tocá-lo com paixão, relembrar-se das boas músicas, das suas próprias versões acústicas, do quanto era bom poder fazer cada acorde e como era delicioso perder horas e horas ouvindo o resultado dessa união. As melodias saíam seguidas umas das outras. Chega de sofrimento. Ela e seu violão bastam.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

24 de janeiro de 2008

10 Contados

Existem eventos que me deixam boquiaberta. Estou vendo um vídeo aqui no youtube que me fez perder o fôlego. Um dueto do Paulinho Moska com uma cantora paulista chamada Céu. Foi no programa Zoombido que vi essa cena pela primeira vez, no canal Brasil. Quem me dera se na tv aberta existissem programas de música tão bons como esse. Odeio ligar a televisão e ver que nada presta. Pelo menos não nos horários normais ao longo do dia. E é triste saber que isso não vai mudar, porque nós, como sociedade, nos conformamos com pouco.
Enfim, já ia perdendo o rumo do texto. Acabei de apagar um parágrafo fresquinho sobre meu inconformismo com a tv nacional. Minhas distrações me condenam. Voltando ao assunto inicial, filmes como V de Vingança me deixam boquiaberta. Sempre que assisto coisas que me tocam, fico totalmente avoada, tentando digerir tudo o que acabei de ver e ouvir. Fatos como esses precisam estar presentes em nossa vida. Que graça teria se não sentíssemos uma quase dor de alegria ao comer um doce perfeito? (no meu caso, ninguém barra um petit gateau) Ou quando vemos uma borboleta linda pousada uma folha verdinha no caminho da faculdade? Ou quando recebemos uma declaração de amo super inesperada? Ou quando sentimos um perfume inexplicavelmente gostoso?
Tudo isso me traz alegria e, pode ser até um pouco exagerado, uma vontade a mais de viver. É porque a vida também é feita dessas pequenas e singelas cenas.
E pra quem quer ver a Céu com o Paulinho Moska, tá aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=YCD5MmU0qf4&feature=related

Em busca de...

A inspiração sempre foi um problema para qualquer artista. Sejam eles escritores, escultores, pintores, roteiristas, malabaristas, cientistas e sei lá mais quem (e não sei como ‘malabaristas’ entra nessa definição, mas deixo isso pra sua imaginação). E mesmo eu, sendo artista coisa nenhuma, tenho sido atacada por esse mal: a ausência dela.
Muitas coisas me inspiram, e na maioria das vezes estou sem um papel e caneta para escrever ou então estou ocupada demais para isso. Quando finalmente posso colocar registrar meus pensamentos, já esqueci o que me inspirou ou de quais palavras eu usei naquele momento na minha mente. Mas isso que me assola a cabeça me leva a pensar mais sobre a inspiração. Será que ela é tão espontânea como parece? A verdade é que a qualquer momento que eu sente, por exemplo, posso escrever qualquer besteira sobre qualquer coisa. E eu acredito que seja assim com a maioria das pessoas que criam alguma arte.
Ok. Mas também acredito que essas criações serão medíocres, nada de uma masterpiece ou algo digno de um oscar. Eu gosto mesmo de escrever quando algo me pulsa o coração e eu sinto que eu preciso do microsoft word naquela hora. Aí vou correndo pro computador e as palavras vão saltando tão rápido que mal posso acompanhar digitando. Aí leio aquilo tudo e vejo que pode não ser uma obra prima, mas pelo menos foi fruto de algo totalmente impulsivo. Nada forçado (como agora, por exemplo). O negócio é que se eu escrever somente quando a inspiração der um ‘alô’ simpático, esse blog ficará a moscas. Então prefiro me forçar a escrever. Não é um sacrifício e acho que ‘forçar’ não é a palavra certa. É como estudar, entende? Eu preciso estudar, mas tem hora que não dá a mínima vontade. Mas dane-se a minha vontade, eu preciso. E eu preciso escrever também. Senão passo a me sentir uma pessoa sem voz, sem nada. Então tá aqui. Mais uma insignificante criação, só para isso aqui ficar atualizado.