Ontem foi um dia interessante.
Depois de 5 anos esperando para conferir um show da Pitty, lá fui eu ontem. Primeiramente gostaria de esclarecer que, apesar de eu realmente gostar das músicas dela - são inteligentes e contagiantes, minha grande vontade de ir era para compensar um fato ocorrido lá no 1º ano do CEFETES. Foi quando minha mãe me barrou de ir a Festa do Estudante, não lembro o porquê, mas deve ter sido algo como: "Você é muito nova, é perigoso, etc".
Primeira fase: Recrutamento de amigos para ir comigo. Depois de muita gente recusando, já estava achando que não deveria ir mais. Que talvez não era isso o que Deus queria e um monte de coisa me passou pela cabeça. Até que, num dia muito iluminado, minha amiga Raissa, da UFES, disse que ia falar com a mãe dela. Fiquei na esperança, mas com um pé atrás. Depois de algumas horas, a confirmação. Oba! Fiquei feliz porque sei que ela foi muito mais por mim do que pela Pitty (acho que foi uma bela demonstração de amizade).
Segunda fase: A fila. Então, cheguei lá e logo encontrei uma amiga que queria ver faz tempo! A Evelin...a conheci na viagem que fizemos pro show do Hillsong em BH. Conversa vai, conversa vem, só ouço um grito: 'Flavinhaaa'. Só pude responder: 'THIEEEEELMANN!!' Nossa, fiquei muito feliz de vê-la. "Só assim pra gente se ver, né?" :]
Terceira fase: Entrando no show. Entramos lá no ginásio depois de uma senhorita me revistar (uma experiência nova e traumatizante) e esperamos mil anos pro show começar. Emos, emos brigando, emos de mãos dadas, emos caídos no chão, emos bêbados, emos brigando de rodar, emos se beijando, emos. Algumas famílias, muita gente novinha, um punk, três playboys e quatro patricinhas.
Quarta fase: O show. Curto, mas muito empolgante. Valeu só por
Admirável Chip Novo, Deja Vu e
Equalize. Senti falta de
Ignorin' u e
De Você. Mas fiquei pensando...se eu tivesse deixado de ir, ficaria reclamando comigo mesma. Foi bom ter ido, pulei bastante, balancei a cabeça, ri com um cara que ficava puxando assunto com Raissa e comigo, e me diverti. O show acabou às 21h45min...cedo pra caramba, né?
Cheguei em casa com uma dorzinha de cabeça, resultada do som altíssimo do pré-show e das fumaças de cigarro. Antes de durmi tive que fazer uma comparação com outros shows que já fui. Primeiro, Marisa Monte. Acho que estava no mesmo nível. Só que é totalmente diferente, né..desde o público até a estrutura do show. Acho que gostei mais do da Pitty (prefiro rock...).
Depois, Hillsong United. Ah, esse não tem comparação. No Hillsong eu fui por um motivo maior...não era bem pela banda, mas pelo que ela representava. Fui pra cantar para Deus, e não por nada. Você pode cantar por uma ideologia, por alguém que não está do seu lado, mas cantar para alguém que está te ouvindo e respondendo, não tem comparação. Sentir Deus não tem comparação.
Apesar de muita gente [da igreja, principalmente] ter olhado torto por eu ter ido no show da Pitty, é mais do que claro que isso não representa uma busca por outra coisa a não ser Deus, e nem uma reconciliação com ideais que deixei de acreditar faz tempo. Não têm motivos para eu me sentir mal por ter ido e, saibam, quando sentir vontade, irei em outros. Isso se chama liberdade, por saber que amo e acredito em algo que é muito maior que meros shows terrenos.