sábado, 20 de outubro de 2007

Um outro lado da história

Incrível como a gente se engana em relação às pessoas. Ou é aquela amiga que fala mal de você pelas costas, ou é aquele cara que era o máximo até você descobrir realmente quem ele é. O verdadeiro segredo é como reagiremos às coisas ruins da vida. Como reagiremos àqueles que amamos e que nos magoaram?
Eu tenho uma amiga que é queridona por todos. Ela não agüenta guardar segredos sobre ela mesma (como ela mesma admitiu), mas se você contar um segredo pra ela, vai morrer no pensamento dela. É o tipo de pessoa que por ser tão livre e de bem com a vida, não acha necessário perder muito tempo sozinha. Ela quer mesmo é aproveitar essa fase da vida, conhecer as melhores pessoas e ter muita história pra contar. O coração dela não gosta muito de domesticação e, na verdade, nunca se prendeu muito a ninguém, só a certas pessoas: sua família e seus amigos. Ela é do estilo ‘bola pra frente’ e ‘felicidade sempre’. Talvez seja isso o que eu mais admiro nela, e o melhor de tudo é que essa felicidade exposta não é uma máscara, nem algo momentâneo...Eita, pessoa de sorte. São poucos que podem se dizer realmente felizes.
Num período de inverno, essa minha amiga estava num relacionamento muito animador, tudo parecia flores e cor, e a torcida organizada estava sempre satisfeita com o sorrisão da nossa amiga e todo pacote que vinha com essa felicidade extrapolada. O mais importante é que o coração dela estava quase lá. Quase se entregando. Quase querendo se prender. Mas como num filme de reviravoltas, me diga: o que é a vida sem surpresas? A desagradável surpresinha foi o seguinte: quando ela menos esperava, aquela pessoa, aquela que fazia ela sorrir, aquela que quase alcançava seu coração (quase porque é algo muito difícil de fazer), aquela pessoa a decepcionou. E não é decepção por causa de um esquecimento, ou por causa de alguma falha mínima. Quem deras se fosse algo tão fácil de ser esquecido que era só dormir e depois acordar e aí estaria tudo perfeito.
Um cara chamado Robert Louis Stevenson um dia disse que “As mentiras mais cruéis são ditas em silêncio.” Foi mais ou menos isso que aconteceu. Uma omissão. O coração da minha amiga estava em jogo, e todos aqueles sentimentos que estavam começando a brotar simplesmente foram esmagados com crueldade. E todo futuro que poderia vir com muita alegria foi tirado rapidamente de cena. Como um final de novela sem graça, ela, a mocinha da história, se deu mal.
Mas aí me pergunto: será que ela se deu mal mesmo? Talvez esse rompimento não tenha sido a melhor coisa a acontecer? Talvez tenha vindo em hora certa, ou não? Pensamentos negativos vivem repetindo, como em uma vitrola velha e quebrada, que talvez tenha sido uma ótima oportunidade perdida ou que por ser magoada nessa situação, minha amiga não voltará a se entregar novamente.
O negócio é que só Deus sabe o que o futuro reserva. Se Ele tem uma pessoa dez vezes melhor pra minha amiga, qual o problema em abrir o caminho? Se você não acredita em Deus, meu amigo, então que seja o destino. O destino que todos falam e acham que acreditam. Se tem algo bem melhor lá na frente, melhor seguir realmente a filosofia do ‘bola pra frente’ e sigamos. Ser otimista é ver que as situações atuais, não importa o quão escuras pareçam, são reles vivências que serão lembradas com risadas no futuro.
Porque lá na frente, essa minha amiga encontrará alguém que realmente mereça ela. E terá tanto sorriso que não caberá no rosto dela. Apoiada?

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