sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Desenho Infantil

Ontem quis escrever alguma coisa, então escrevi isso. Mas lendo e relendo vi que me faltou muita inspiração. De qualquer forma vou postá-la, somente para atualizar meu espaço. =D Na próxima vou caprichar, blz? haha. Uma história sem final feliz..tentei colocar um final feliz, mas achei mais fácil terminar desse jeito (parece até como algumas pessoas enfrentam a vida real: pelo cominho mais fácil. Só que nem sempre o caminho fácil é o melhor, ahm! Além disso, a música 'Pulsos' da Pitty não saía de minha mente..é uma crônica para a música. Enfim:
"Ela era o tipo de menina que não podia ser definida verdadeiramente se não se conhecesse ela por completo. Por fora, uma pessoa normal, um pouco séria, com pouca expressão, sem sal. Por dentro, um poço de mistérios, cheia de pensamentos negativos sobre a vida, tendo um passado triste de bagagem. Ela sempre achou que o amor era um jogo a se perder sempre. Por isso se fechou completamente depois de várias mágoas: situações que fizeram com que ela perdesse a confiança em si mesma.
Ela já tinha pensado várias vezes em tirar a própria vida, mergulhada em pensamentos depressivos e inspirada por outras histórias. Sua família parecia não dar a mínima. Os pais eram divorciados, viviam dando atenção à própria vida pessoal, ao invés de cuidarem de proteger aquela que estava ficando aos poucos de lado. Não tinha irmãos, o que piorava a situação. Os únicos amigos tinham ficado num passado não muito distante, no antigo colégio, e parecia ser uma tarefa impossível conquistar novas amizades.
Ela já tinha perdido a esperança em algum ser superior. De tanto suplicar por dias melhores, se cansou. Seu coração tinha sido esmagado e dilacerado tantas vezes que já era impossível reconstruí-lo. Não via mais sentido em estar ali. Ela estava sobrevivendo ao invés de viver em felicidade e luz.
Numa manhã sem aula ela ligou a tv entediada. Estava passando um desenho infantil bobo. Mas as simplicidades dos diálogos, a comédia por trás daquilo tudo e a falta de lição de moral a fizeram rir. E olha que ela não sorria fazia muito tempo. Saiu até um som meio estranho daquela pequena gargalhada. Talvez ela precisasse sorrir mais... Só faltavam-lhe motivos reais.
Aquele desenho foi transformando o rosto daquela menina, e ali, naquele sofá velho, ela voltou a ser apenas uma criança sem consciência do mundo. Cada expressão facial da personagem na televisão arrancava-lhe um novo sorriso. E tudo parecia simples. Quando o desenho foi encerrado para dar lugar a um programa chato de música, ela caiu na real. Apertou o botão de desligar com tanta força que parecia que ia esmagar o controle remoto com apenas um clique.
Ficou revoltada em ter seu momento divertido interrompido por um programa infeliz de músicas da moda e pessoas com máscaras de felizes. Pra ela, um bando de embestalhados, robôs controlados pela chance de aparecer naquela tela pequena.
Ela tomou seu próprio destino, para desespero de seus pais, que antes distantes quilometricamente dela, agora estavam mais próximos do que nunca. Desmanchavam-se em lágrimas, juntamente com seus antigos amigos, que ainda a amavam apesar de terem perdido contato. Ela queria descanso, e achou ele ao tirar a própria vida. Antes de concretizar isso, ela pediu aos céus que o outro lado fosse cheio de desenhos infantis, um paraíso, uma felicidade. Estava cansada do filme de terror que era a vida real."

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