domingo, 4 de novembro de 2007

Hm...

Feriado. Manhã fresca e nublada, depois que o sol apareceu para iludir seus amantes. As nuvens de diversos tamanhos formavam os desenhos mais diferentes e divertidos. Eu estava sentada na grama de um grande parque verde e silencioso. Contemplava cada movimento dos pássaros da árvore da frente e esses incríveis animais cantavam uma melodia que nenhum homem conseguiu fazer mais bonita. Era uma linda manhã, apesar da falta de sol, e o melhor: eu não estava sozinha.
Ele segurava minha mão e sussurrava palavras cheias de poesia. Me mostrava a vida pela sua visão e eu concordava com alegria. Eta vida besta, meu Deus. O amor me alienava porque tudo era lindo, romântico e perfeito. E eu não ligava de me entregar por completo a essa ausência de realidade. Não existia mais fome, miséria ou destruição. Só me interessava por versos, letras e violão...Toda música me lembrava ele e seus gestos, seu sorriso. Cada beijo e aproximação. Meus dias eram dele e meu tempo era recheado de pensamentos surreais sobre nós dois. Eu cuidava com devoção da árvore que ele tinha me dado, e de tanto regá-la, com medo dela morrer de sede, acabei por afogá-la. Nenhum dos meus amigos me reconhecia mais. Vivia no mundo da lua, pensando...nele. Meu pensamento crítico tinha ido por água abaixo e isso não podia ser saudável. Quando uma grande amiga me abriu os olhos, eu enxerguei. Eu vi o quanto eu estava errando. Precisava de um pouco de racionalidade. E ao mudar meu modo de viver meus dias, eu percebi que ele não estava no meu ideal de futuro. No momento presente, eu o amava, ele me fazia rir. Irracionalmente, nosso relacionamento era um conto romântico. Mas teve um final realista. Nosso relacionamento durou bastante. Mais do que os outros imaginavam e menos do que eu idealizava. Foi uma transição longa até vermos que não dava mais. Quando eu tive coragem, ele se tornou meu ex-namorado. Ainda admiro ele, torço por ele, desejo sempre o melhor pra sua vida. E eu não era o melhor pra vida dele...Ele também não era o melhor pra mim. Daí o fim.
Depois de um período sozinha, tentando me curar das lembranças que ainda tinha com ele, lá estava eu de novo. Sentada num outro parque, e este era deslumbrante. Dei um suspiro de felicidade e satisfação por poder estar desfrutando daquele dia. Dessa vez estava sol, mas não muito quente. Uma brisa leve desarrumava meu cabelo, mas aí eu tinha ele, que olhava pra mim rindo e fazia eu ver novamente, ao tirar aquelas mechas do meu cabelo. Eu sorria em agradecimento e torcia para vir outro vento, só para que ele tocasse meu rosto novamente, com aquele jeito todo gentil. Agora, com coração e razão, eu amava mais uma vez. Os pássaros cantavam em alto e bom som uma canção de amor. Aquela era nossa música: a natureza. E naquela toalha de piquenique gastei muitos de meus fins de tarde e começos de manhã, na companhia do nascer de sol.
E mesmo depois de muito tempo eu não cansava de estar ao seu lado, nós nos dedicávamos a um futuro juntos e não podia ser melhor. Com ele, tenho certeza, serei feliz. Ixi, ele acabou de chegar. Deixa eu ir lá ver um filme com ele e colocar em prática esse sentimento perfeito que é o amor.

Nenhum comentário: