quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Viva a diversidade

Hoje fiquei quase o dia todo pensando na diversidade. É, diversidade...musical, de estilo, de corte de cabelo, de formas corporais. Começou na minha ida diária a UFES, de busão (por isso que gosto de ônibus...a gente vê muita coisa.) Vi duas meninas, lá pras 9h da manhã, com um estilosão hip-hop muito característico. Sabe como é? Óculos grande, boné pra trás, duas trancinhas no cabelo, cueca (tipo samba-canção) aparecendo sob a calça larga, tênis grande e confortável. Até lembrei de uma amiga que apesar de gostar tudo quanto é música pop, ama hip-hop de coração, mas que nunca se vestiria daquele jeito (haha). Aí no famoso RU, hora do almoço, meus olhos reencontraram essas duas meninas, e eu confirmei que eu achei muito massa o jeito de vestir delas. Não é que eu adotaria aquilo para mim, mas que é ótimo ver gente diferente do normal. Ver um colorido no meio do preto-e-branco. A partir desse momento, durante o dia, vi muitas figuras na UFES, como é de praxe. Desde hippies até nerds, de esportistas até claros sedentários. Aí resolvi escrever.
Acho que nós ganharíamos muito se na nossa sala de aula ou ambiente de trabalho, ou família que seja, tivesse gente diferente. Gente que foge do estereótipo comum, que não liga muito pra imagem, saca? Imagina se na nossa sala tivesse um cara estilo hippiezão, super-amigo daquele cara moderno que adora um rock brasileiro. Se o casal perfeito da sala fosse um negro magrelo baixinho com uma ruiva alta e gordinha. E pense só naquela menina loira que ama axé sendo a amiga de todas as horas daquela outra garota que prefere ‘Cansei de Ser Sexy’, e que se veste sem pensar muito nas combinações de cores. Se blusas decotadas e grudadas abraçassem casacos largos de moletom. Imagina se todo mundo pudesse se aceitar e aprender um com o outro. Se os ateus fossem bem amigos dos evangélicos (e vice-versa) – aliás, tive ótimos momentos de aprendizagem ao ter amizades assim. Adoraria ver um mundo onde todo mundo se desse bem. Imagina se todo mundo compartilhasse áudios/vídeos e pudesse ouvir na mesma lista de música de Amy Winehouse até Antônio Carlos Jobim. De Macy Gray até Dream Theater. De The Corrs até Vanessa da Mata. De Björk até Cristina Aguilera. Enfim, vocês entenderam. Dessa mistura toda existiria um equilíbrio. E equilíbrio é a resposta pra muita coisa, acreditem.
Uma pena que as pessoas precisem se incluir em grupos de gente muito parecida com si mesmo. Na verdade, eu entendo perfeitamente essa opção porque muitas vezes é isso o que faço. É mais fácil, gera menos discórdia e problemas, certo? Você não precisa se dar o trabalho de explicar o porquê que você é daquele jeito, todo mundo te entende sem você dizer uma palavra.
Ao mesmo tempo sei que é quase uma alienação, não? A gente se acomoda, não se dá o trabalho de entender os outros. Caraca, a gente criticaria muito menos se convivesse. Conviver é a palavra. A gente fala muita besteira sobre os outros sem perceber. Quantas vezes você (e eu) não criticamos emos, punks, crentes, românticos e realistas?
Aliás, você não precisa ser melhor amigo como relatei anteriormente, mas tentar entender um estilo de vida já é um passo. Ver o ponto de vista do outro é tão duro? Não é difícil não, não mesmo. Só teria que partir de nós um pouquinho de esforço e boa-vontade. E pra lixeira com o preconceito e o rótulo. E viva a diversidade!

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