sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Tirando do fundo da gaveta

Parte 1

Este post e o outro foram escritos já faz um tempo, e estavam guardados aqui no meu computador esperando por serem postados. Chegou a hora...enquanto não escrevo nada novo. =]

Se apaixonar é coisa de gente idiota mesmo, né? Pelo menos à primeira vista... Uma pena que esse negócio é inevitável. Esse calafrio na barriga, essa ansiedade em relação ao futuro, essas borboletas no estômago! Seria ótimo se pudéssemos escolher por quem, onde e quando nos apaixonar. Melhor ainda seria se pudéssemos controlar os sentimentos da pessoa escolhida.
Nunca fui contra me apaixonar. Até porque muitas vezes me trazia coisas boas: inspiração, sentimentos alegres, dias mais frescos. Pensar em alguém e ficar com cara de boba o dia todo era mais agradável que se ver sem sentimento algum. Mas essa sensação de que não dá para esperar mais nenhum minuto é de enlouquecer qualquer um que antes se considerava uma pessoa não-influenciável. É a partir desse momento que a gente começa a entender aquela amiga que fez um monte de besteira por causa de um cara que não a merecia. Que a gente entende as poesias de Vinicius e as músicas de Jobim com mais precisão. Que a gente vê os filmes românticos e se derrete toda... que a gente vê graça em todas as coisas. E que cada momento legal que você passa, você pensa que aquela pessoa poderia estar ali (se já não estava). Que sentimento besta, meu Deus. Ele desvirtua nossa mente e faz-nos mudar de personalidade. Trai e atrai. Só para mais tarde você descobrir que tudo não passou de um engano. Um mal-entendido do seu coração. E você se convence disso só para se curar daquela dor mais rápido.
É.

Parte 2
É. Ela não queria. Não era a hora certa, o momento certo, e talvez não tenha sido a pessoa certa. Mas esse malcriado que chamamos de coração agiu mais uma vez em rebeldia. E tudo o que ela não queria surgiu em sua mente como uma certeza inaudível. Aí ela jogou o sentimento no chão, negou e pisou nele. E ele insistia em correr atrás dela para mostrar-lhe em todos os lugares e momentos que não dava para fugir. Mas ela corria mais. E ele a seguia para todo canto. Decidiu pegar um ônibus na tentativa de deixá-lo para trás. Quando chegou em casa, lá estava ele lhe esperando. Ela percebeu que não daria pra negar desta vez. Mesmo que ela se desvencilhasse dele durante algumas horas, ou até dias, ele insistia em voltar, como uma música chata que gruda na cabeça. Decidiu se render. E mais que se render: se entregar por completo. E talvez tenha sido a pior escolha da vida dela. Talvez tenha sido a melhor. Só o futuro lhe dirá. E ela esperará pelo melhor sempre. Mesmo que ela se machuque, ela se levantará. Ela tem se levantado com mais forças sempre. E ela sabe que haverá cura se isso for uma doença passageira. Mas com todo seu coração, ela prefere que seja uma doença terminal, que não a largue nunca mais até o dia de sua morte. Porque incurável mesmo são os verdadeiros românticos. (Não os românticos da literatura, do verdadeiro sentido da palavra, mas sim aqueles românticos que nós citamos quase todo dia: os constantemente apaixonados.) E os verdadeiros românticos, por mais babacas que pareçam, são um dos únicos grupos que almejam algo puro e verdadeiro para suas vidas. E nada mais puro e verdadeiro que o amor, não?

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